Há 100 anos, quermesse na Praça da República em benefício da Santa Casa de São Roque fez O Democrata circular com um dia de antecedência | O Democrata

Há exatos cem anos, em 24 de dezembro de 1921, O Democrata informava a realização de uma “kermesse” em benefício da Santa Casa de São Roque. A véspera de Natal daquele ano seria no sábado, O Democrata que desde a fundação (1º de maio de 1917) circulava aos domingos, chegou às bancas com um dia de antecedência para atender ao pedido do médico Júlio Arantes de Freitas, diretor clínico da Santa Casa e organizador do evento, “com o intuito de pôr o público desta cidade ao corrente desenvolvimento da mesma” noticiou em primeira página.

Trazendo nas páginas internas detalhes da programação que seguiria nos próximos finais de semana.

Dr. Júlio também conseguiu adiar uma “partida dançante” da Sociedade Operária “1º de Janeiro” prevista para 31 de dezembro que passou para o primeiro dia do ano.

Vale o registro. Júlio Arantes de Freitas (1888/1979), que passaria a ser conhecido nas décadas seguintes como “o médico dos pobres” começava a ganhar destaque na vida pública de São Roque. Chegou na cidade em 1916 a convite de Manoel Martins Villaça, sendo eleito vereador e no mesmo mandato prefeito de São Roque de 1925/27. Isso mesmo. Naquele período, um dos vereadores era escolhido pela própria Câmara Municipal para ser o prefeito.

Dr. Júlio foi o vereador de São Roque com o maior número de mandatos. Foram 11 entre 1923 a 1976 e foi homenageado como nome do plenário da Câmara Municipal São Roque.

O Arquivo Vivo Jornal O Democrata traz outras informações históricas nas reportagens da quermesse da Santa Casa.

A Praça da República era chamada de Jardim Público “Altino Arantes”, homenagem ao governador do Estado de São Paulo (maio/1916 a maio/1920). Foi o primeiro presidente do Banespa, tanto que o histórico prédio do banco em São Paulo tem o seu nome. A cidade de Altinópolis também é em sua homenagem.

O Jardim recebeu naqueles anos grande atenção do prefeito Paulino Hermílio de Campos. Na primeira edição de O Democrata, o então prefeito foi também o primeiro entrevistado e disse que o plantio de árvores no Jardim Público era prioridade do governo. Paulino de Campos deixou a Prefeitura de São Roque em janeiro de 1922, substituído por Atílio Caproni.

A grafia “kermesse” de um século atrás ganha destaque. Hoje, quermesse é normalmente um evento para arrecadar fundos para uma igreja, mas antes de ser aportuguesado o termo também tinha o sentido de festa em lugar aberto.

É possível acompanhar a programação com a apresentação de bandas e a montagem de barracas. A própria Santa Casa vendia café, chocolate e doces. O Democrata traz o nome dos diretores, auxiliares e vendedores das entidades.

Marcavam presença o América e a Banda Conte di Torino (mudou o nome para Carlos Gomes na Segunda Guerra Mundial da mesma forma que Palestra Itália virou Palmeiras). O pessoal da banda oferecia correio e tombola (uma espécie de bingo).

A Kermesse da Santa Casa estava prevista para ocorrer durante três finais de semana, mas as chuvas atrapalharam os planos. O primeiro final de semana foi o mais prejudicado comprometendo a arrecadação esperada. Por outro lado, a festa acabou se prolongando até o último final de janeiro (dia 28).

Vander Luiz

Jornal O Democrata São Roque

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