História do Vinho Brasileiro | O Democrata
Alguns vinhos que marcaram seu tempo – enoteca própria

PARTE 5 – FIM DO SÉCULO PASSADO E INÍCIO DOS ANOS 2000

1990 a 2001 – Ocorre uma nova reação a favor da qualidade no mundo do vinho brasileiro. Surgem pequenas e médias vinícolas, na sua maioria familiares, com o objetivo de elaborar vinhos finos com qualidade. Antes, tais companhias produziam e forneciam uvas vitis-vinífera para cooperativas e vinícolas de grande porte, sendo as principais, em ordem de fundação: Miolo (1990), Don Laurindo (1991), Velha Cantina (1997), Cave de Pedra (1997), Pizzato (1998), Angheben (1999), Lídio Carraro (2001), entre outras.

Agora, estas vinícolas, além de utilizarem técnicas mais avançadas, adotaram tecnologia de ponta na elaboração de seus vinhos, tais como: tanques de aço inoxidável com refrigeração, desengaçadeiras mecânicas, prensas pneumáticas, concentrador de mosto (algumas), etc…, bem como, barricas de carvalho para amadurecimento de alguns vinhos.

Passaram também, a ter maior preocupação com a matéria prima, utilizando técnicas de plantio mais adequadas (espaldeira), poda verde, dando prioridade a qualidade em relação à quantidade de frutos por parreira, etc…

1991 – Foi uma safra excepcional, que iria se repetir apenas em 1999, a Aurora aproveita para lançar seu vinho ícone “Millésime”, um vinho varietal de Cabernet Sauvignon com estágio em barrica de carvalho, que só seria produzido em safras especiais;

1995 – O Brasil torna-se membro da “Office International de la Vigne et du Vin (OIV), assumindo o compromisso de extinguir as expressões “Champagne” (exceto a Peterlongo que em 1974 recebeu a autorização do Supremo Tribunal Federal com a lei 78.835, para manter a denominação champagne em seus rótulos. Isso aconteceu porque a bebida começou a ser elaborada em Garibaldi com todo o processo exigido em 1913, antes da regulamentação de champagne de 1927.) e “Cognac”.

A Embrapa Uva e Vinho coordenou o primeiro projeto de IG para atender a demanda da Aprovale (Associação do Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos);1998 – É fundado o Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN), com a finalidade de unir as principais entidades da vitivinicultura brasileira;

1999 – A segunda grande safra desta década, onde muitas vinícolas produziram vinhos excelentes, ganhado destaque a Pizzato com seu vinho varietal Merlot, no qual passou a ser referência até os dias de hoje, e a vinícola Miolo lança um vinho premium de corte composto de Cabernet Sauvignon e Merlot com o nome de Lote 43, referente a gleba de terra onde as uvas foram produzidas;2001 – Surge a primeira região vinícola (8.122,5 hectares) com Indicação Geográfica de Procedência (Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos-IPVV) no Brasil, que abrange os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul;

2003 – Contratação de consultoria internacional do renomado enólogo francês da região de Bordeaux, Michel Rolland, pela vinícola Miolo, outras empresas também investiram em diversos tipos de consultoria, inclusive contratando enólogos de outros países com experiências de longa data;

2010 – Concessão, pelo INPI, do registro da Indicação de Procedência de vinhos finos e espumantes Pinto Bandeira, tendo como órgão gestor a associação de produtores Asprovinho;

Lançamento do primeiro vinho super premium brasileiro que inicialmente foi ofertado através da venda pelo sistema de “vin premier” (venda antecipada antes mesmo do vinho estar disponível) “Sesmarias safra 2008”, elaborado através do processo de fermentação integral, sistema utilizado nos grandes châteaux da França, onde uvas selecionadas são lentamente desengaçadas e as bagas colocadas, inteiras, em barricas novas de carvalho francês.

+ Parte 1 – HISTÓRIA DO VINHO NO BRASIL COMEÇOU NO ESTADO DE SÃO PAULO

+ Parte 2 – HISTÓRIA DO VINHO EM SÃO ROQUE

+ Parte 3 – A VITICULTURA NO RIO GRANDE DO SUL

+ Parte 4 – FASES DA VITIVINICULTURA NA SERRA GAÚCHA

Agradeço desde já quem quiser colaborar com a memória do vinho brasileiro. Podem entrar em contato! Cordialmente, Carlos Vivi!

Carlos Vivi, descendência italiana, 55 anos, graduado em engenharia civil, formado em sommelier pela ABS-SP, ciclismo como esporte e vinho por paixão, dedicando três décadas no estudo da cultura do vinho.

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