História do vinho brasileiro | O Democrata

PARTE 8 – REGIÕES VINÍFERAS EM SANTA CATARINA

A região de São Joaquim, localizado ao Planalto Sul Catarinense, é a região mais fria do Brasil, produtora de vinhos finos.

Com o desenvolvimento de pesquisa na década de 90 pela EPAGRI percebeu-se o grande potencial vitivinícola da região de São Joaquim, atraindo assim o setor empresarial. A pioneira foi a Vinícola Quinta das Neves, onde em 1999 começou a plantar as primeiras videiras européias.

Um grande destaque no início da viticultura na região foi a vinícola Villa Francioni, cujas atividades no início deste século, ela foi construída em vários níveis, evitando assim ao máximo a utilização de bombas para trasfegas nas etapas de elaboração dos vinhos e está equipada com a tecnologia mais moderna no mundo do vinho. Os vinhedos foram implantados com muito zelo e capricho com porta-enxerto especiais, no sistema de manjedoura e espaldeiras, cobertos (evitar chuva de granizo) e utilizando recursos naturais, para reduzir o uso de produtos químicos.

A região produz as principais uvas francesas e ultimamente vem ganhando destaque as cepas italianas como a Sangiovese, Montepulciano D’Abruzzo, Teroldego, Nebbiolo, Nero d’Avola, etc.

Outra região que merece destaque é a do Vale do Rio do Peixe, localizada no meio-oeste do Estado, onde podemos citar os municípios de Videira, Pinheiro Preto e Tangará, conhecido como a “Rota da Uva e do Vinho”, de colonização italiana, na sua maioria as vinícolas produzem vinhos comuns, porém já produzem vinhos de vitis-vinífera, principalmente com as variedades Chardonnay, Merlot e Cabernet Sauvignon. A vinícola que merece destaque nesta região é a Panceri, empresa bem estruturada com tecnologia, fundada em 1990.

Outras cidades com produtores de vinho são a de Rodeio, onde em 1993 nasceu a Vinícola San Michele em referência ao Castelo de mesmo nome da Região de Tento, na Itália, e que atualmente produz vinhos com uvas da Serra Catarinense, principalmente com as cepas italianas Nebbiolo, Teroldego, Sangiovese e as tradicionais francesas Merlot, Cabernet Sauvignon, Tannat, Pinot Noir, a cidade de Nova Trento de colonização italiana e também Itajaí onde encontra-se a pequena Vinícola Villa Prando que também utiliza as uvas viníferas francesas da Serra Catarinense, estes municípios estão localizados  no Leste do estado, perto de Blumenau / Brusque, compõem a chamada nova região, onde há pouca quantidade de bebidas finas, sendo mais frequentes as comuns e coloniais.

Em 2012 a IP Vales da Uva Goethe, a primeira Indicação de Procedência do Estado de Santa Catarina a obter o registro junto ao INPI.  A área de produção localiza-se entre as encostas da Serra Geral e o litoral Sul Catarinense. Os vinhos são elaborados com uvas da variedade Goethe, tradicionalmente cultivada na região desde o início do século XX. A área geográfica delimitada da IP é formada pelos municípios de Urussanga, Pedras Grandes, Morro da Fumaça, Cocal do Sul, Treze de Maio, Orleans, Nova Veneza e Içara, localizados no estado de Santa Catarina, onde os vinhos são elaborados.

Agora no dia 29 de junho de 2021, o INPI publicou na Revista da Propriedade Industrial (RPI) 2634, a concessão da Indicação Geográfica Santa Catarina, da espécie Indicação de Procedência (IP), para vinho fino, vinho nobre, vinho licoroso, espumante natural, vinho moscatel espumante e brandy. O pedido da IG foi solicitado pela Vinhos de Altitude – Produtores e Associados, em 2 de junho de 2020.

A área geográfica da IG Santa Catarina abrange 29 municípios que correspondem a 20% do território do estado catarinense. São eles: Água Doce, Anitápolis, Arroio Trinta, Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Brunópolis, Caçador, Campo Belo do Sul, Capão Alto, Cerro Negro, Curitibanos, Fraiburgo, Frei Rogério, Iomerê, Lages, Macieira, Painel, Pinheiro Preto, Rancho Queimado, Rio das Antas, Salto Veloso, São Joaquim, São José do Cerrito, Tangará, Treze Tílias, Urubici, Urupema, Vargem Bonita e Videira.

 “Rota do Vinho“ de Santa Catarina foi oficializada pela lei 16.873, além de movimentar a economia do Estado, a rota também oferece passeios pelos vinhedos e passa por diversos municípios, mais detalhes através do site abaixo.

+ Parte 1 – HISTÓRIA DO VINHO NO BRASIL COMEÇOU NO ESTADO DE SÃO PAULO

+ Parte 2 – HISTÓRIA DO VINHO EM SÃO ROQUE

+ Parte 3 – A VITICULTURA NO RIO GRANDE DO SUL

+ Parte 4 – FASES DA VITIVINICULTURA NA SERRA GAÚCHA

+ Parte 5 – FIM DO SÉCULO PASSADO E INÍCIO DOS ANOS 2000

+ Parte 6 – AS CONQUISTAS DAS ÚLTIMAS DÉCADAS

+ Parte 7 – REGIÕES VINÍFERAS NO RIO GRANDE DO SUL

Agradeço desde já quem quiser colaborar com a memória do vinho brasileiro. Podem entrar em contato! Cordialmente, Carlos Vivi!

Carlos Vivi, descendência italiana, 55 anos, graduado em engenharia civil, formado em sommelier pela ABS-SP, ciclismo como esporte e vinho por paixão, dedicando três décadas no estudo da cultura do vinho.

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