Um novo tratamento com imunoterapia representa o maior avanço em duas décadas no combate ao câncer avançado de cabeça e pescoço, segundo pesquisadores do Instituto de Pesquisa do Câncer de Londres. O medicamento pembrolizumabe, testado em mais de 350 pacientes como parte do estudo internacional Keynote, dobrou o tempo médio sem recorrência da doença — de 2,5 para 5 anos.
A estratégia inovadora consiste em administrar o imunoterápico antes e depois da cirurgia, permitindo que o sistema imunológico reconheça e ataque o tumor de forma mais eficaz, mesmo após sua remoção. O tratamento apresentou uma redução de 10% no risco de metástase em comparação aos métodos convencionais.
O caso de Laura Marston, 45 anos, é um exemplo marcante dos resultados positivos. Diagnosticada com câncer de língua em estágio avançado, ela teve apenas 30% de chance de sobrevivência. Após receber a imunoterapia como parte do estudo, Laura superou as expectativas e hoje leva uma vida ativa, seis anos após o diagnóstico. “Esse tratamento me devolveu a vida”, declarou à BBC News.
Coordenado pela Universidade de Washington e envolvendo 192 hospitais em 24 países, o estudo teve financiamento da farmacêutica MSD e foi destaque na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO). A expectativa é que o pembrolizumabe seja incorporado ao sistema público de saúde do Reino Unido (NHS) em breve.
Com cerca de 12.800 novos casos diagnosticados por ano apenas no Reino Unido, o câncer de cabeça e pescoço é um dos mais desafiadores para a medicina. Especialistas acreditam que essa abordagem inovadora pode redefinir o padrão de tratamento e aumentar significativamente as taxas de sobrevivência desses pacientes.
Com informações do g1.