O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial do Brasil, registrou uma alta de 1,23% em fevereiro, conforme dados divulgados nesta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou bem acima do número de janeiro, que foi de 0,11%, e marca o maior aumento desde abril de 2022.
Alta Acelerada, Mas Abaixo das Previsões do Mercado
Em comparação a fevereiro de 2024, quando o IPCA-15 foi de 0,78%, o índice de fevereiro de 2025 apresentou um avanço considerável. No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 chegou a 4,96%, o que mantém o índice acima da meta de inflação do Banco Central, que é de 3%, com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Apesar da aceleração, o índice ficou ligeiramente abaixo das expectativas do mercado, que previam uma alta média de 1,34%.
Setores de Habitação e Educação Impulsionam a Inflação
Os maiores impactos no IPCA-15 de fevereiro vieram dos grupos de Habitação e Educação. O setor de Habitação teve uma alta expressiva de 4,34%, impactando o índice com 0,63 p.p. desse total. A principal contribuição foi o aumento de 16,33% na energia elétrica residencial, que teve um impacto de 0,54 p.p. sobre o resultado. Este aumento ocorreu após a redução temporária de 15,46% em janeiro devido a ajustes tarifários relacionados ao bônus de Itaipu.
No setor de Educação, as mensalidades dos cursos regulares apresentaram um aumento médio de 4,78%, liderado por um avanço de 7,50% no ensino fundamental. Esse reajuste gerou um impacto de 0,29 p.p. sobre o IPCA-15.
Alimentos e Combustíveis Também Pesam no Orçamento
O grupo de Alimentação e Bebidas registrou uma alta de 0,61%, gerando um impacto de 0,14 p.p. sobre o IPCA-15. A alimentação no domicílio teve uma desaceleração, passando de 1,10% em janeiro para 0,63% em fevereiro. Entre os itens que mais subiram, destacam-se a cenoura (17,62%) e o café moído (11,63%), enquanto a batata inglesa (-8,17%) e o arroz (-1,49%) tiveram quedas.
Já a alimentação fora do domicílio subiu 0,56%, um aumento mais suave em comparação com a alta de 0,93% do mês anterior. As refeições e lanches fora de casa também apresentaram aumentos de preços, com altas de 0,77% e 0,43%, respectivamente.
Combustíveis: Impacto no Transporte e na Inflação
O grupo de Transportes teve uma alta de 0,44%, com destaque para o aumento nos combustíveis, que subiram, em média, 1,88%. O etanol (3,22%), o óleo diesel (2,42%) e a gasolina (1,71%) apresentaram aumentos, enquanto o gás veicular teve uma leve queda de 0,41%.
Conclusão: Inflação em Alta, Mas Dentro do Intervalo de Tolerância
Embora a inflação tenha acelerado consideravelmente em fevereiro, o IPCA-15 ainda se mantém dentro do intervalo de tolerância da meta do Banco Central. O aumento nos preços de energia, educação, alimentos e combustíveis são os principais responsáveis por esse crescimento. O cenário continua a exigir atenção para os próximos meses, com a expectativa de que a inflação siga influenciada por esses fatores.
Com informações do G1.