Intrigante, instigante, inesgotável | O Democrata

Entre os temas mais intrigantes, instigantes e inesgotáveis que ao longo dos séculos têm provocado discussões e dividido opiniões, a Bíblia, com seus muitas vezes polêmicos aspectos históricos e religiosos, ocupa lugar de destaque.

Desde a primeira edição impressa na Alemanha, na década de 1450, até hoje, a Bíblia ostenta o primeiro lugar em tiragem, tradução e vendagem no mundo, superando, de longe, a totalidade dos livros mais editados e vendidos da literatura universal de todos os tempos.

O Brasil detém o posto de maior produtor de Bíblias do mundo desde 26 de maio de 2011, quando a Gráfica da Bíblia, pertencente à Sociedade Bíblica do Brasil, situada em Barueri, na Grande São Paulo, imprimiu a centésima milionésima edição da Bíblia no País, conforme dados divulgados pela revista “Isto É” no ano passado. Em 2016, a produção já ultrapassava os 150 milhões de exemplares!

A Gráfica da Bíblia, instalada em 1995 em Barueri, está entre os maiores parques gráficos destinados a imprimir e encadernar as Escrituras Sagradas no mundo e, de acordo com sua página na Internet, tem capacidade de produzir um exemplar bíblico a cada três segundos, o que resulta em um milhão de livros por mês, feitos com matéria-prima proveniente de fornecedores com certificado de conformidade ambiental.

Essa produção gigantesca vai longe, pois mais de cem países de todos os continentes utilizam os serviços da Sociedade Bíblica do Brasil, seja nas áreas de impressão ou diagramação. Em 2016, a exportação de Bíblias atingiu o número de 1,3 milhão de exemplares!

A Sociedade Bíblica do Brasil, fundada em 1948, é uma entidade beneficente, filantrópica e cultural, sem fins lucrativos, dedicada a disseminar a Bíblia e, por meio dela, promover o desenvolvimento integral do ser humano. Devido a esse compromisso, todos os anos uma parte de sua produção é doada e são realizados, em parceria com igrejas e organizações públicas e privadas, projetos sociais que visam à promoção de melhoria da qualidade de vida para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

– Qual a razão de tamanho sucesso editorial e empenho na distribuição e divulgação desse livro?

Para os crentes cristãos, tanto católicos quanto protestantes, a razão é espiritual, pois se trata da Palavra de Deus transmitida à humanidade por meio de Seus profetas, por Ele inspirados e, portanto, uma espécie de manual a ser seguido ao longo da vida, com orientações não somente na questão da espiritualidade, mas também nos aspectos morais e éticos, aplicáveis a todas as situações.

Para os incrédulos, a razão é histórica – por narrar em detalhes a trajetória judaica ao longo de milênios e a origem do cristianismo, cujo impacto é inegável, a ponto de haver provocado, entre várias mudanças éticas e sociais, a ruptura no calendário antigo e o início de uma nova era, a cristã – e literária, pois traz primorosos textos em prosa e verso, que retratam a sensibilidade e a maestria dos escritos hebraicos, quando muitos povos sequer tinham um alfabeto.

Interessante notar também o quanto os ensinamentos e profecias da Bíblia pairam não apenas sobre os comportamentos e decisões individuais, mas também sobre posicionamentos que envolvem até mesmo a política internacional. Nos últimos dias, por exemplo, a deliberação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de transferir a embaixada norte-americana de Tel-Aviv para Jerusalém, reconhecendo a velha cidade como capital de Israel, tem sido vista por muitos religiosos como parte do processo de consolidação de Jerusalém como a “capital eterna e indivisível” de Israel, o que precipitará uma série de acontecimentos alusivos à descrição bíblica do “final dos tempos”.

Muito se debaterá sobre isso nos próximos dias, pois a decisão gerou descontentamentos e a iminência de intensos conflitos em Israel, e o tempo mostrará se é mesmo o começo do fim.

O que não se duvida é que a Bíblia é recheada de mistérios e alegorias. Mas, ainda assim, também não se pode negar que quem a lê além de seu aspecto histórico e literário e mergulha em seu sentido espiritual descobre um manancial inesgotável de conhecimento, sabedoria e revelações tão transformadoras que impulsionam a uma necessidade premente de se obedecer às suas diretrizes e compartilhar sua mensagem.

No segundo domingo de dezembro, o Brasil celebra o Dia da Bíblia, por força da lei federal nº 10.335, de 2001 e, sobretudo, por força do poder que emana dessa Palavra.

Muitas pessoas ainda a têm em suas casas somente como enfeites ou amuletos e assim desperdiçam um tesouro inesgotável, vivo e eficaz. Para mim, seguramente, é a Palavra de Deus, o livro de cabeceira, o guia certo, o manual de instruções para a vida terrena e a direção inequívoca para se desfrutar da eternidade ao lado de Jesus Cristo.

Basta lê-la com os olhos da alma para se perceber porque faz tanto sucesso.

Simone Judica é advogada, jornalista e colunista de O Democrata (simonejudica@gmail.com).

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