Monumento ao fundador Pedro Vaz de Barros inaugurado no encerramento da festa do Terceiro Centenário de São Roque – O Democrata

Em 28 de dezembro de 1957, São Roque encerrou a extensa programação das festividades de 300 anos com a inauguração de um monumento em homenagem ao fundador capitão Pedro Vaz de Barros, localizado atrás da Igreja da Matriz junto às ruas Sete de Setembro e Monsenhor Silvestre Murari. Na primeira edição de 1958, o Jornal O Democrata (4 de janeiro) destaca em primeira página a solenidade dizendo a cidade “pagou uma velha dívida para com o fundador ao inaugurar o marco comemorativo.”

No entanto, lembra que o município ainda tinha em aberto outra pendência com o seu mais ilustre filho, o Barão de Piratininga (Antonio Joaquim da Rosa), a quem deveria erguer uma herma de bronze numa das praças locais. A homenagem a Antonio Joaquim da Rosa se tornaria realidade somente duas décadas depois, em agosto de 1977, com um busto no início da Avenida João Pessoa diante da Praça da Matriz.

Mas naquele sábado no final dos anos 50, momentos antes da homenagem ao fundador outros acontecimentos. A Câmara Municipal procedeu a inauguração do brasão de armas de São Roque. O senador Juvenal Lino de Mattos descerrou as bandeiras que recobriam o quadro diante do prefeito Lívio Tagliassachi, do deputado Derville Allegretti, representantes de entidades culturais da Paulicéia e Sorocaba, membros da Comissão Organizadora do Terceiro Centenário e demais convidados.

O engenheiro Acácio Villalva, da Sociedade Paulista de Escritores, doou o quadro com o brasão modelado em gesso em alto relevo. Em retribuição, o presidente da Câmara, Márcio Reis Filho, ofereceu o título honorário de “Cidadão São-roquense” como prova de gratidão de nossa terra aos relevantes serviços de embelezamento da cidade prestados graciosamente pelo ilustre engenheiro. Depois a comitiva seguiu para a Praça da República onde foi plantada uma árvore.

Finalmente na inauguração do monumento ao fundador, O Democrata cita que “a data escolhida para o encerramento das festividades do Terceiro Centenário situa-se entre duas efemérides memoráveis para a cronologia são-roquense: 26 de dezembro aniversário do falecimento do Barão de Piratininga e 1º de janeiro, 69º aniversário da Sociedade União Literária hoje uma das mais antigas do Estado” [Em 1963, a Literária uniu-se ao São Paulo Clube dando origem ao São Roque Clube].

O prefeito Lívio Tagliassachi entregou o obelisco à cidade e o autor do projeto Acácio de Villalva “descreveu a concepção daquele singelo, porém expressivo marco de granito e bronze que perpetuará para sempre a gratidão de São Roque à glória de seu fundador, o bandeirante Pedro Vaz de Barros.”

“Diz que as linhas retas, dirigidas para o alto, representam o caráter nobre e inquebrável dos antigos bandeirantes paulistas, estirpe a que pertencia Pedro Vaz-Guaçú. No topo acham-se 13 listas da bandeira paulista, tendo em seu centro o Brasão de Armas modelado em bronze, os três degraus em que se assenta o marco lembram os três séculos da existência de São Roque.”

A Banda Carlos Gomes, sob a regência do maestro Nelo Gavazzi [hoje nome do coreto da Praça da República] executou o Hino do Terceiro Centenário. O governador Jânio Quadros, impossibilitado de comparecer as festividades de encerramento do Terceiro Centenário mandou um telegrama ao prefeito agradecendo ao gentil convite.

BARÃO DE PIRATININGA FOI LEMBRADO

O professor e historiador Paulo da Silveira Santos – hoje conhecido por Paulo Ricardo por ter o nome completo na escola em que é patrono – não perdeu a oportunidade de relembrar aspectos marcantes da vida do Barão do Piratininga na política e na literatura, inclusive lendo versos do ilustre são-roquense, mesmo com o evento principal sendo destinado ao fundador.

Até mesmo à noite na sede da Literária, Paulo da Silveira Santos recebeu o apoio do presidente do Instituto Histórico Geográfico. Além disso, o médico Euclides de Oliveira levou para o evento valiosos objetos de pratas pertencentes ao Barão e o deputado Derville Allegretti declarou que teria a satisfação de apresentar na Assembleia Legislativa projeto de lei referente a erecção de uma herma ao Barão de Piratininga.

Vander Luiz

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