Moradores das favelas da Penha, do Alemão e de outras comunidades do Rio de Janeiro realizaram, na sexta-feira (31), um grande protesto contra a Operação Contenção — ação policial que deixou 121 mortos, tornando-se a mais letal da história do estado. Sob chuva, milhares de pessoas marcharam da Vila Cruzeiro até a Avenida Brasil em homenagem às vítimas e em denúncia ao que chamam de “massacre”.

Entre os manifestantes, mães de jovens mortos em operações anteriores relataram histórias de dor e indignação. Liliane Santos, do Complexo do Alemão, perdeu o filho de 17 anos há seis meses e teme pela vida da filha mais nova. Já Nádia Santos, do Chapadão, perdeu dois filhos em ações policiais e criticou duramente a política de segurança do governo estadual.
Entidades de direitos humanos apontam que a operação extrapolou os limites legais e pedem investigação sobre indícios de execuções e torturas. O governo do Rio afirma que a ação tinha como alvo o Comando Vermelho e que entre os mortos há suspeitos com antecedentes criminais.
A repercussão da operação reacende o debate sobre a violência nas favelas e o uso desproporcional da força pelo Estado — tema que volta a expor a desigualdade de tratamento entre as áreas periféricas e os bairros mais ricos do Rio.
Com informações da Agência Brasil.

