Uma senhora, que de tão traumatizada preferiu não revelar o rosto, perdeu os cabelos após realizar uma escova progressiva, um tipo de alisamento famoso em salões de beleza. O procedimento resultou em queimaduras no couro cabeludo.
Além disso, a fumaça afetou seus olhos e ela perdeu parte da visão. O alisamento foi feito em um salão que costumava frequentar, mas ela não conhecia o produto. Ela foi encaminhada para o hospital, e apesar do trauma, sabe que as consequências poderiam ter sido piores.
Outra mulher, Marcia Gomes de 48 anos, morreu após realizar o mesmo procedimento na cidade de Pindamonhangaba, no interior do estado. Ela sofreu de insuficiência respiratória e chegou a ser atendida no pronto-socorro, mas não resistiu.
Casos de complicações em alisamentos não são raros. Segundo especialistas, isso se deve ao formol, um componente químico altamente tóxico que geralmente está presente. A Anvisa permite o formol com finalidade de conservação, em uma concentração de 2%. Já para a finalidade de alisar os cabelos, a substância é proibida. Mesmo assim, muitos fabricantes descumprem a determinação.
A Denuncia de vizinhos levou a polícia a interditar uma fábrica clandestina. No local, policiais aprenderam diversos produtos falsificados, geralmente usados para alisamento, que eram vendidos pela internet para todo o Brasil. Duas pessoas foram presas.
“A Organização Mundial de Saúde considera o formol cancerígeno”, afirma a dermatologista Ana Karina Junqueira, em entrevista ao Balanço Geral. A substância é tão perigosa que prejudica também a profissional e outros clientes presentes no salão durante o procedimento.
Henrique, que trabalhava em um salão que realizava em média 80 progressivas por semana, chegou a desmaiar por conta da frequência em que inalava a fumaça tóxica do local. Ele teve que fazer tratamento para tuberculose e perdeu 11 quilos.
A boa notícia é que já existem produtos para alisar os cabelos sem formol na composição e apresentam bom resultado.