A nova tarifa de 40% anunciada pelo governo dos EUA sobre produtos brasileiros, válida a partir de 6 de agosto de 2025, acendeu um alerta na indústria química nacional. A medida, que se soma aos 10% já aplicados em abril, eleva para 50% a carga tributária sobre a maioria dos itens exportados.
Segundo a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), o impacto direto recai sobre cerca de US$ 1,7 bilhão em exportações de petroquímicos, resinas e intermediários orgânicos. Apenas cinco dos 50 principais produtos exportados pelo Brasil não serão afetados.
Além das perdas nas exportações diretas, o efeito em cadeia atinge indústrias brasileiras dos setores de móveis, têxteis, couro e borracha, que utilizam insumos químicos para produção. Já há relatos de cancelamentos de pedidos por parte de compradores norte-americanos.
A Abiquim, em parceria com o American Chemistry Council (ACC), entregou uma declaração conjunta aos governos do Brasil e dos EUA pedindo medidas concretas para proteger a integração produtiva e garantir a continuidade das cadeias de suprimentos bilaterais. Entre as propostas emergenciais estão:
- Aplicação de direitos antidumping provisórios;
- Reforço na fiscalização contra desvios de comércio;
- Devolução de créditos de ICMS;
- Ampliação do Reintegra para 7%;
- Novas linhas de crédito à exportação.
O tema é considerado estratégico para a economia brasileira e segue em discussão nos canais diplomáticos e comerciais. A Abiquim reforça que o diálogo precisa se basear em critérios técnicos, respeitando a lógica da integração entre Brasil e EUA — um dos maiores parceiros comerciais do setor químico.