A crise envolvendo o conglomerado Master ganhou um novo capítulo com ações simultâneas da Polícia Federal e do Banco Central, aprofundando a intervenção estatal sobre a instituição comandada por Daniel Vorcaro.
A PF deflagrou a Operação Compliance Zero para combater a emissão de títulos de crédito falsos dentro do Sistema Financeiro Nacional. As investigações — iniciadas em 2024 — apuram suspeitas de fabricação e negociação de carteiras de crédito sem lastro adequado por instituições financeiras. Foram cumpridos mandados de prisão e busca em cinco estados, mirando crimes como gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa.
Horas depois, o Banco Central anunciou a liquidação do conglomerado Master e instaurou administração especial temporária por 120 dias. O órgão considerou a situação do grupo irrecuperável, diante dos problemas de liquidez, riscos elevados e violações regulatórias. Apenas o Will Bank ficou de fora da liquidação, por haver interessados na aquisição.
Daniel Vorcaro, controlador do Master, foi preso pela PF em São Paulo sob suspeita de tentar deixar o país. Sua detenção ocorre em meio a tratativas frustradas de venda do banco e após a autoridade monetária rejeitar tentativas anteriores de aquisição pelo BRB. O BC também bloqueou bens de ex-administradores e controladores, conforme previsto na legislação.
O caso envolve ainda negociações de ativos, riscos bilionários ao sistema financeiro, e pressão política sobre a atuação do Banco Central — especialmente após movimentos no Congresso visando alterar regras de autonomia da instituição.
O episódio expõe a importância da fiscalização contínua, da transparência bancária e da atuação coordenada entre BC, PF e Ministério Público para preservar a estabilidade do Sistema Financeiro Nacional.
Com informações do MJSP, Folha SP e O Globo.

