São Roque ultrapassou nesta semana os 100 casos confirmados de coronavírus. Desde a reabertura do comércio em 1º de junho os números subiram de forma rápida. Em 10 dias foram 37 novos casos. Embora o prefeito não atribua essa crescente ao fato da vida ter voltado parcialmente ao normal pelas ruas da cidade, a população lotou o centro nos últimos dias, seja em filas de bancos ou lojas. Mais duas pessoas morreram e outras 14 estavam internadas até esta quinta (11). Ao todo são 6 óbitos.
No transporte público um impasse entre as necessidades da população e a atual condição financeira da empresa que opera na cidade está deixando os moradores sem muitas opções. Alguns, que trabalham nos serviços essenciais, entram mais cedo. Os que estão no comércio no período da tarde acabam sendo obrigados a chegar muito antes do início do expediente no centro. Na volta para a casa o problema é a lotação do ônibus, segundo os passageiros. A Mirage nega aglomerações. A Prefeitura diz que cobra o acompanhamento da empresa. Enquanto não há uma solução para atender a todos, um fato não muda: os números de infectados estão crescendo.
A boa notícia é que a cidade recebeu mais cinco respiradores, que serão instalados na Santa Casa, assim como diversas outras cidades do Estado de São Paulo também tiveram reforço dos equipamentos. Mas um alerta também foi dado essa semana pela gestão pública: 80% dos leitos estão ocupados na cidade. Importante reforçar que as subnotificações existem e pesquisadores revelaram nesta semana que os óbitos em casa cresceram, o que impacta diretamente no resultado de subnotificação de casos confirmados. Não é possível saber o balanço real de casos, por isso o “inimigo invisível” parece invencível e se propaga tão rápido.
Sabe-se que a retomada da rotina é essencial para a saúde das empresas e dos empregos, mas este ainda é um momento de muita cautela para preservar vidas. Cabe à população fiscalizar e denunciar os problemas que estão surgindo diante do “novo normal”. Cobrar do Poder Público sim, mas também fazer a sua parte como cidadão. Não exponha crianças em lojas, supermercados, não saia para “passear”. Ajude os idosos e oriente para que não saiam sem necessidade. Os números estão crescendo muito rápido.