A Polícia Federal deflagrou uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura um esquema de descontos ilegais em benefícios do INSS estimado em mais de R$ 6 bilhões entre 2019 e 2024. A ação atingiu dois ex-comandantes do órgão: Alessandro Stefanutto, que presidiu o instituto no governo Lula e foi preso preventivamente, e José Carlos Oliveira, ex-ministro da Previdência no governo Bolsonaro, que passou a usar tornozeleira eletrônica e é investigado por corrupção.
As apurações indicam que ambos, em momentos distintos, teriam contribuído para a manutenção e blindagem das fraudes que beneficiaram principalmente a Conafer. Segundo a PF, a entidade desviou mais de 90% dos R$ 708 milhões recebidos do INSS por meio de convênios que permitiam descontos em aposentadorias e pensões sem autorização dos beneficiários. O esquema envolvia falsificação de fichas de filiação, repasses a empresas de fachada e uma estrutura organizada para lavar dinheiro e manter apoio político.
A operação resultou em 63 mandados de busca e apreensão em 14 estados e no DF. As defesas dos investigados negam irregularidades e afirmam colaborar com as autoridades. O caso tem repercussão nacional e reabre o debate sobre fiscalização, transparência e proteção dos aposentados.
Com informações do O Globo e UOL.

