Um dos investigados na Operação Trapiche, que visa desmantelar planos de atentados contra a comunidade judaica no Brasil, concedeu um depoimento explosivo à Polícia Federal, detalhando os intricados processos de recrutamento de brasileiros para a execução de atos terroristas. Ele foi liberado na última sexta-feira (10).
O interrogado, cuja identidade permanece em sigilo, já havia sido detido três vezes no Brasil, enfrentando acusações que variam desde receptação até um caso de sequestro, no qual foi absolvido. O depoimento do suspeito também revelou informações sobre incentivos financeiros, destacando que poderia receber inicialmente US$ 200 mil, além de um prêmio adicional de US$ 500 mil. A missão proposta envolvia a criação de estruturas, recrutamento de pessoas e organização operacional, enquanto outros seriam encarregados de executar os alvos.
Durante o interrogatório, os investigadores apresentaram ao suspeito o símbolo do Hezbollah, ao qual ele prontamente associou a indivíduos que havia encontrado durante sua estadia no Líbano. O suspeito afirmou que alguns desses contatos no país do Oriente Médio exibiam a insígnia do grupo em suas roupas, esclarecendo que, durante sua permanência no Líbano, compreendeu a verdadeira natureza da organização terrorista Hezbollah.
O Jornal Nacional obteve acesso exclusivo ao depoimento do sexto alvo da Operação Trapiche, localizado em Goiás, que foi interrogado pela Polícia Federal de Brasília por meio de videoconferência. O documento revela pormenores impressionantes sobre a viagem do suspeito ao Líbano, descrevendo sua chegada a Beirute, onde foi conduzido a um prédio por homens fortemente armados para um encontro com o suposto líder da organização.
No encontro, o suspeito foi indagado sobre sua capacidade de tirar vidas, sendo proposto a ele o nefasto trabalho de eliminar inimigos do grupo.