Vereador Julio Mariano comenta: a reforma da previdência vem aí e quem vai pagar o ‘pato’ mais uma vez é o povo | Política


Passadas as eleições e antes mesmo da posse do novo presidente eleito, Jair Bolsonaro, o futuro ministro da economia, Paulo Guedes, sugeriu uma “prensa” no Congresso Nacional a fim de que a reforma da previdência seja aprovada ainda este ano, o que levou o futuro chefe do Poder Executivo a se manifestar sobre essa declaração, dizendo que faltou ao seu subordinado “vivência política” e de “experiência” ao fazer esta declaração.

Após o incidente, Bolsonaro declarou que ninguém vai pressionar os parlamentares, e que eles serão convencidos a aprovarem tal reforma. Deixando claro que a sua intenção é realmente fazer a reforma da previdência.

Para o vereador Julio Mariano, este é um tema que deve ser amplamente discutido pelos parlamentares antes da sua votação, tendo em vista que enquanto uns afirmam que se não houver a reforma a previdência “quebra”, outros discutem que não é bem assim. “Entra governo sai governo e sempre quem paga o “pato” é o povo”, comenta.

Em um país onde 41,4% do salário do trabalhador é destinado para o pagamento de impostos, onde os parlamentares possuem salários muito acima da média nacional, onde os gastos do governo sobem a cada ano, em detrimento do consumo das famílias brasileiras que vem paulatinamente diminuindo, e difícil se acreditar em bons ventos.

Para se ter uma ideia, as obrigações tributárias anuais de uma empresa de médio porte custam o equivalente a 105 horas de sua produção no Reino Unido, 131 horas no Canadá, 175 horas nos Estados Unidos, 105 horas na Nova Zelândia e, pasmem, 2.600 horas no Brasil. Portanto dizer que a previdência está em risco e que para isso temos que aumentar o tempo de contribuição e a idade do contribuinte é relativo se compararmos com quem deixa de pagar a previdência.

O Frigorífico JBS, por exemplo, tem um patrimônio em torno de R$8 bilhões e é a maior devedora em débitos de natureza previdenciária, chegando a quase R$2,4 bilhões, ficando atrás somente da falida Varig que deve R$3,9 bilhões. Já o Banco Bradesco teve um lucro de R$16 bilhões, em 2016, mas deve para a previdência R$465 milhões.

Enquanto o governo propõe que o brasileiro trabalhe por mais tempo para se aposentar, em 2017 a Previdência Social ignorou os R$426 bilhões devidos por grandes empresas brasileiras, valores que não foram repassados ao INSS e equivaleriam a três vezes o total do chamado “déficit da previdência” do ano de 2016. Tais números, levantados pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), não são levados em conta na reforma do governo.

Desse total, 63% são devidos por apenas 3% das empresas do país, ou seja, mais de metade da dívida da previdência social brasileira é causada por poucos devedores, 32.224 exatamente, que a PGFN classificou e constatou que apenas 18% estão extintas, ou seja, não estão em atividade, enquanto que 82% estão funcionando normalmente.

“Além desses devedores que comprometem o orçamento da previdência social, as aposentadorias dos políticos e dos funcionários públicos de alto escalão, também contribuem pra isso, pois, enquanto a Dona Maria se aposenta com R$965, um político como José Sarney recebe R$109.892,00 de aposentadoria; Michel Temer por sua vez, recebe R$68.985,00; Fernando Henrique Cardoso tem direito a aposentadoria de R$67.450,00; juízes como Joaquim Barbosa, por exemplo, recebem R$46.320,00 mensais, além de tantos outros que recebem valores altíssimos. Mas, mais uma vez quem vai pagar o ‘pato’ é o povo”. Finalizou Julio Mariano do PSB, Vereador de São Roque.

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