Três em cada dez brasileiros entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais, revela o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) 2024. O estudo mostra que 29% da população não consegue ler, escrever ou interpretar informações básicas, mesmo percentual de 2018. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o índice subiu de 14% para 16%, impacto atribuído à pandemia.

A pesquisa também indica que 36% da população está no nível elementar de alfabetismo, enquanto apenas 10% alcançam o nível proficiente, o mais alto. Entre os trabalhadores, 27% são analfabetos funcionais e 34% têm alfabetismo elementar. A desigualdade racial é evidente: 30% da população negra e 47% de amarelos e indígenas estão no analfabetismo funcional, contra 28% dos brancos.
Especialistas reforçam a necessidade de políticas públicas mais eficazes para combater o problema. Segundo Roberto Catelli, da Ação Educativa, a limitação da leitura e escrita reforça a exclusão social. Esmeralda Macana, da Fundação Itaú, alerta que o avanço tecnológico exige maior qualidade e abrangência na educação básica.
Realizado após seis anos, o Inaf avaliou 2.554 pessoas em todo o Brasil e, pela primeira vez, incluiu o alfabetismo no contexto digital.
Com informações da Agência Brasil.