Santa Casa completa 148 anos de fundação | O Democrata

No ano de 1871 em diante, a chegada de trabalhadores e artífices para os serviços da Estrada de Ferro Sorocabana foi aumentando e o crescimento repentino da população local trouxe complicações de âmbito social para a vida da pequena cidade, pelo que, logo se fez sentir a falta de uma instituição assistencial como a Santa Casa.

Tal necessidade não podia passar despercebida à visão de um são-roquense
benemérito, cujo coração, sempre aberto ao apelo dos mais humildes,
conhecia bem de perto as agruras e necessidades da pobreza; e assim coube
ao Comendador Manoel Inocêncio da Rosa a iniciativa de fundar a Santa Casa de São Roque.

Na sessão da Câmara de 15 de janeiro de 1872 apresentou ele próprio o
projeto para “a fundação de uma Santa Casa de Misericórdia nesta cidade,
com o fim de socorrer enfermos necessitados, criar as crianças abandonadas e remir cativos”.

Aprovado por unanimidade o projeto, tratou o Comendador de obter do
governo autorização para a fundação da Irmandade e baseado nos estatutos
da Santa Casa de São Paulo, criou os Estatutos da Santa Casa de São Roque
de acordo com as condições que pudessem servir aqui.

Conseguiu da Assembléia Provincial, por intermédio de seu irmão, o Barão
de Piratininga, o auxílio de dois contos de réis, e adquiriu um prédio para o
futuro hospital.

A primeira diretoria da Santa Casa ficou assim constituída em 02/02/1871: Provedor – Comendador Manoel Inocêncio da Rosa; Escrivão – Dr Lupércio Rocha Lima; Tesoureiro – Barão de Piratininga (Antonio Joaquim da Rosa); Mordomo – Sebastião Martins Villaça; Procurador – Antonio Xavier de Lima.

Do passado ao presente

Na fase inicial de suas atividades, funcionou a Santa Casa em vários prédios
particulares. Em 1909, porém, graças aos esforços do Professor Antônio
Arnóbio, então Provedor, transferiu-se o hospital para o lugar onde até hoje
se encontra.

Mas a pia instituição para cobrir os gastos decorrentes da manutenção do
hospital via-se sucessivamente obrigada a desfazer-se dos imóveis que
possuía na cidade; e assim continuou por muito tempo periclitante sua
situação financeira, que se agravou com os encargos, sempre crescentes, da
assistência médica e hospitalar a indigentes.

Embora em prédio próprio, suas instalações eram deficientes e antiquadas
até 1933. Eis porém que, a 7 de setembro de 1928 falecia no Rio de Janeiro,
aos 54 anos de idade, o são-roquense Sotero Caio de Souza que, sem
herdeiros, legou por disposição testamentária, todos os seus bens para a
Santa Casa.

Sotero de Souza nasceu em São Roque em 1874, mas transferindo-se
quando moço para São Paulo, ali fundou um estabelecimento musical, e
nunca mais veio para cá. Porém não se esquecera de sua terra natal.
Consistiam os bens legados, em casas e terrenos em São Paulo e numa gleba
de terras em Itanhaém. Inicia-se então nova fase para a Santa Casa, que vivia grandes dificuldades financeiras, e com essa doação pode liquidar velhos compromissos, melhorar suas instalações e adquirir o parelhamento de urgência mais necessário na ocasião.

A partir da organização do SUS, que resultou na sua inclusão na Constituição Federal, o setor filantrópico ingressou de uma vez no modelo de assistência com participação efetiva no atendimento e na contribuição de formulação de políticas públicas de saúde, tornando-se parte integrante e essencial para o sistema.

Para os hospitais sem fins lucrativos, essa ligação com o sistema público, no
entanto, passou a representar um problema, já que seu financiamento é
deficitário.

A Santa Casa depende, ainda hoje, da vontade política para aumentar os
recursos da Saúde. E mesmo com as intervenções administrativas do poder
público municipal, a Santa Casa está endividada e busca uma solução.

Assim, a partir deste ano, a união entre Santa Casa e Prefeitura, deverá
caminhar para um melhor relacionamento, com os bons frutos da
cooperação mútua, de modo que a saúde, a justiça e a paz social se tornem
uma realidade em nossa querida São Roque.

Texto e Pesquisa, Marquito Villaça

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