Uma dúvida frequente é sobre qual a idade ideal para que as crianças coloquem aparelho ortodôntico. É preciso que as crianças troquem os dentes de leite? Segundo uma pesquisa realizada pelo Hospital de St. Michael’s e o Hospital for Sick Children, localizados em Toronto, Canadá, apenas 1% do total de 2.505 crianças foram consultadas antes dos 4 anos. No Brasil, a Pesquisa Nacional da Saúde Bucal de 2010, constatou que 18% das crianças de 12 anos nunca foram ao dentista.
Em entrevista, a especialista em ortodontia e odontopediatria, Margareth Dias, atuante na Clínica Unique, em Sorocaba/SP, explica que cada de tipo de má oclusão e cada correção exigem uma idade diferente. Por meio da consulta de avaliação e da radiografia panorâmica é possível identificar se a criança possui alguma deformidade e a partir disto detectar se há necessidade do uso do aparelho precoce ou não.
De acordo com a especialista, um dos problemas mais frequentes encontrado nas crianças é o apinhamento, os conhecidos dentes encavalados. “O tratamento deste problema é muito mais eficaz se realizado precoce, pois, a ideia é estimular o crescimento da arcada e quanto mais cedo, menos resistência o osso oferece”, diz Margareth. Outro caso indicado a ser tratado na infância, é a mordida cruzada unilateral, a qual o paciente mastiga apenas de um lado, causando assimetria. A criança por volta dos seus 12 anos já tem seu ciclo de crescimento avançado, se este problema for tratado tardio, a mordida será corrigida, porém a assimetria não.
Em alguns quadros mais complexos, o qual a pessoa tem o crescimento acentuado da mandíbula, o tratamento pode ser recomendado posteriormente, aos 16 anos em meninas e aos 18 anos em meninos. Segundo a odontopediatria, este é o único caso, no qual o tratamento pode ser adiado. ~
O tratamento ortodôntico na infância é uma ação preventiva eficaz, pode reduzir o tempo e o desconforto durante os tratamentos. “Eu recomendo que a criança passe por uma consulta de avaliação ortodôntica. Muitas cirurgias realizadas em adultos, poderiam ser evitadas se tratadas corretamente na infância”, ressalta a especialista.