Série de acidentes aéreos provoca medo de voar e alerta para impactos psicológicos, diz especialista – O Democrata

Aumento de acidentes e o impacto psicológico

A sequência de acidentes aéreos no Brasil e no mundo tem gerado preocupação não apenas pelo número de vítimas, mas também pelos impactos psicológicos causados na sociedade. A psicóloga e psicanalista Luciana Inocêncio, especialista em Transtornos Graves das Psicoses, afirma que o aumento de quedas de aeronaves tem sido um gatilho para ansiedade, fobias e transtornos psíquicos. Segundo a especialista, cresce o número de pessoas que buscam acompanhamento para lidar com o medo de voar e evitar que a aerofobia interfira em compromissos profissionais e pessoais.

Foto: Divulgação/Luciana Inocêncio – Especialista em Transtornos Graves das Psicoses

Dados preocupantes no Brasil e no mundo

No Brasil, segundo o Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer), 22 quedas de aeronaves foram registradas apenas no primeiro mês de 2025, com dez mortes confirmadas. O caso mais recente ocorreu em São Paulo, na movimentada região da Barra Funda, vitimando o piloto e o proprietário da aeronave. Nos Estados Unidos, 74 pessoas perderam a vida em dois acidentes aéreos registrados neste ano, em Washington e na Filadélfia.

O medo de voar está crescendo

Um estudo da Cleveland Clinic revelou que, nos Estados Unidos, 25 milhões de pessoas sofrem de aerofobia, incluindo tanto passageiros frequentes quanto aqueles que nunca voaram, mas que precisam enfrentar o medo para viagens a trabalho ou lazer. A psicóloga explica que a exposição constante a notícias e imagens de tragédias potencializa a percepção de risco, um fenômeno conhecido como “hiperatenção ao risco” e “heurística da disponibilidade”, que faz com que eventos raros pareçam mais comuns do que realmente são.

Trauma e culpa entre sobreviventes

Além do impacto em quem teme voar, Luciana ressalta que sobreviventes de acidentes aéreos podem desenvolver Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT), marcado por flashbacks, insônia e hipervigilância. Outro fator psicológico crítico é a “culpa do sobrevivente”, que pode levar a intenso sofrimento psíquico, especialmente em tragédias com grande número de vítimas.

O que fazer para lidar com o medo de voar?

Para evitar que o medo de voar se torne incapacitante, especialistas recomendam acompanhamento clínico e estratégias terapêuticas que ajudem a reduzir a ansiedade e restaurar a confiança no transporte aéreo, considerado um dos mais seguros do mundo.

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