Terminal Rodoviário de São Roque inaugurado em 12 de janeiro de 1990 – O Democrata

O Terminal Rodoviário de São Roque “Ayrton Senna” passou pela maior reforma desde a inauguração, ocorrida em 12 de janeiro de 1990. A entrega oficial aconteceu na tarde de quarta-feira (3), com a presença do prefeito Guto Issa. O Arquivo Vivo do Jornal O Democrata resgata a inauguração da rodoviária, realizada pelo então prefeito Zito Garcia (1989/1992), em obra iniciada na gestão anterior, do engenheiro Mário Luiz Campos de Oliveira (1983/1988).

Inauguração do Terminal Rodoviário de São Roque, primeira página do Jornal O Democrata (13/01/1990)

O terreno, adquirido pela Prefeitura no Jardim Santa Tereza, ao lado da Delegacia, tinha localização estratégica, mas apresentava piso brejoso. “Foi necessária a substituição do solo, com a utilização de pedras que vieram da Avenida Aracaí, então em construção. Depois, a colocação de argila vermelha”, explicou Mário Luiz. Para dar acesso à rodoviária foi pavimentado o trecho inicial da Avenida Aracaí.

Início das obras do terminal rodoviário ao lado da Delegacia de Polícia (fotos reprodução)

A edição de 13 de janeiro de 1990 do Jornal O Democrata trouxe na manchete de capa: “Administração Zito Garcia inaugurou o Terminal Rodoviário”, destacando a presença do secretário estadual de Transportes, Walter Bernardes Nory. Em seu discurso, Zito reconheceu o empenho do companheiro Mário Luiz, responsável por boa parte da obra. Por sua vez, Walter Nory lembrou que havia estado em São Roque em janeiro de 1988, na inauguração do acesso do município à Castello Branco, e agora retornava para entregar outra obra relevante.

Pavimentação do início da Avenida Aracaí para dar acesso à rodoviária

A construção do terminal rodoviário solucionou um problema antigo. Até então, o embarque das linhas intermunicipais acontecia na Rua Padre Marçal, ocupando os dois lados da estreita via, sem qualquer conforto para os passageiros, expostos ao sol e à chuva. Os ônibus municipais, por sua vez, continuaram partindo do abrigo da Praça Heitor Boccato.

Fase final da construção da rodoviária de São Roque

O secretário Walter Nory ressaltou os investimentos do governo Orestes Quércia e destacou a entrega de 146 terminais rodoviários no Estado. O prefeito Zito Garcia aproveitou para cobrar a construção de uma avenida ligando a Raposo Tavares à Avenida Varanguera, para facilitar o acesso à Castello Branco. Na época, caminhões e carretas ainda atravessavam as ruas centrais de São Roque, aumentando o risco de acidentes e danificando o asfalto. De imediato, Nory chamou ao palanque o engenheiro Duílio Sancinetti (1938/2019) e fez uma cobrança pública para que o DER elaborasse, com urgência, um projeto de solução.

Padre Renato Litério dá a benção no dia da inauguração da rodoviária; entre o prefeito Zito Garcia e o secretário Walter Nory

A avenida, inicialmente conhecida como “Marmeleiro”, só foi construída nas administrações de José Antonio Sanches Dias (assassinado em julho de 1994) e do vice-prefeito que o sucedeu, Wagner Nunes. Posteriormente, recebeu o nome de Avenida Bernardino de Lucca, por iniciativa do vereador João Paulo de Oliveira.

Já o Terminal Rodoviário passou a se chamar “Ayrton Senna” em 1998, em homenagem ao tricampeão mundial de Fórmula 1. Projeto dos vereadores José Corrêa Leite (Zé da Sabesp) e Etelvino Nogueira. Logo após a morte do piloto (1º de maio de 1994), Zé da Sabesp havia tentado renomear a Avenida Bandeirantes, mas o projeto não prosperou.

O terminal foi construído em parceria entre a Prefeitura, o DER e o governo estadual, cabendo à administração municipal cerca de 60% do investimento. Em dezembro de 1988, com o fim do convênio, a gestão de Zito Garcia assumiu o restante dos custos.

Ônibus não entrava na plataforma
Durante a construção da rodoviária, surgiu uma polêmica que gerou intensos debates políticos — se fosse hoje, certamente tomaria conta das redes sociais. O problema era que os ônibus da Viação Cometa não conseguiam acessar a plataforma rebaixada de embarque. A prefeitura esclareceu que a obra seguia projeto técnico baseado nas medidas padrão dos veículos. O impasse foi resolvido, e, no dia da inauguração, os ônibus puderam realizar embarque e desembarque sem maiores problemas.

Outra crítica dizia respeito à proximidade com a cadeia, com o temor de que uma fuga em massa pudesse levar os detentos diretamente ao terminal, causando pânico nos usuários. À época, dezenas de condenados cumpriam pena em São Roque. Em uma ocasião, de fato, houve fuga em massa. O episódio, no entanto, lembrou mais uma “Corrida de Aleluia”: um grupo de homens desesperados correndo pelas ruas.

Vander Luiz

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