O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) realizou, em agosto, duas grandes operações que resultaram no resgate de 72 trabalhadores em condições análogas à escravidão no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais. As ações contaram com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Federal (PF) e Polícia Militar (PM).

No Rio Grande do Sul, 13 pessoas foram retiradas de situações degradantes em Porto Alegre. Dez delas — migrantes bolivianos e argentinos — atuavam em um restaurante no bairro Moinhos de Vento, submetidas a jornadas exaustivas, alojamentos insalubres e salários muito abaixo do prometido. Outros três trabalhadores foram encontrados em um galpão de triagem de resíduos, sem registro em carteira, equipamentos de segurança ou estrutura mínima de higiene.

Em Minas Gerais, 59 trabalhadores foram resgatados durante a colheita de café nas zonas rurais de Córrego Danta, Machado e Campestre. Entre as irregularidades estavam: ausência de registro em carteira, alojamentos precários, falta de equipamentos de proteção, jornadas excessivas e inexistência de condições básicas para alimentação e higiene. Um dos casos mais graves envolveu um idoso que viveu por cerca de 40 anos em condições degradantes sem ter seus direitos reconhecidos.
As operações reforçam a importância da fiscalização contínua para combater o trabalho escravo contemporâneo no Brasil. Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo Sistema Ipê: https://ipe.sit.trabalho.gov.br/.
Com informações do MTE.