O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 345 crianças e adolescentes de situações de trabalho infantil em Minas Gerais nos seis primeiros meses de 2025. As ações de fiscalização, conduzidas pela Auditoria Fiscal do Trabalho (AFT), abrangeram 190 empresas de setores como indústria têxtil, calçadista, borracha, além de supermercados, bares, oficinas, construção civil e lava-jatos.

Segundo o MTE, 91% dos jovens estavam envolvidos em atividades classificadas como as piores formas de trabalho infantil, conforme o Decreto nº 6.481/2008. Casos graves incluem 33 adolescentes em uma indústria têxtil, 27 em fábrica de borracha e 22 em empresa calçadista — todos em funções proibidas por lei.
Minas Gerais liderou o número de afastamentos no país. Além de interromper as atividades ilegais, os auditores garantiram os direitos trabalhistas, aplicaram penalidades aos empregadores e acionaram a rede de proteção à infância para evitar reincidências. Jovens a partir de 14 anos foram encaminhados a programas de aprendizagem profissional, com foco na qualificação e proteção legal.
As ações coincidem com os 35 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), marco na garantia dos direitos da infância no Brasil. De 1992 a 2023, o número de menores em situação de trabalho infantil caiu de 7,8 milhões para 1,6 milhão — uma redução de 80%.
Denúncias de trabalho infantil podem ser feitas de forma anônima pelo Sistema Ipê, no site: ipetrabalhoinfantil.trabalho.gov.br
Com informações do MTE.