Com a entrada de 2018, o natural é que nos desvencilhemos dos acontecimentos do ano que passou, para que foquemos novos objetivos, outras conquistas, e busquemos as realizações que não conseguimos concretizar.
No entanto, as lembranças ainda estão muito fortes, pois o ano de 2017 trouxe muitas decepções e desilusões para grande parte do povo brasileiro, que ficou desacreditado com todas as instâncias governamentais, bem como com diversos personagens do mundo artístico, empresarial, político e social. A cada novo escândalo que surgia, a ideia de que será preciso reconstruir o Brasil a partir do zero, passou a tomar forma e ser tida como a única solução verdadeiramente eficaz. Como por ordem no país, sendo que os poderes estão corrompidos, as desigualdades econômicas e sociais evidentes como nunca, organizações manipulando as opiniões públicas para confundir o discernimento das pessoas, o mundo do crime infiltrado no governo, as leis descaracterizadas, as forças armadas desprovidas dos recursos que lhes são vitais, o mundo artístico prostituído, bem como os principais programas de televisão, e grupos querendo quebrar o equilíbrio familiar das crianças impondo-lhes dúvidas sobre suas sexualidades? A lista dos absurdos que estão sendo cometidos é muito extensa e não caberia nesse pequeno espaço, mas o que brevemente foi citado é suficiente para demonstrar que as coisas não vão bem, e que o precipício está cada vez mais próximo dos nossos passos.
As muitas “presepadas” cometidas por diversos ministros nos últimos tempos deixaram claro que estamos nas mãos de algumas pessoas mal intencionadas e despreparadas para ocuparem cargos de tão grande responsabilidade. Tornou-se evidente que entre eles existem os que são coerentes e responsáveis com o que fazem, e outros que são justamente o contrário. O Supremo Tribunal hoje, não é mais confiável.
Como se não bastasse, o presidente Temer, com seu desastrado indulto de natal, piorou o pouco que ainda lhe resta de credibilidade, ao querer libertar presos que foram condenados depois de exaustivo trabalho policial. Sua atitude ameaça toda a estrutura jurídica do país. A Lava Jato condena, o presidente e seus ministros em seguida absolvem. Seguindo o rumo das tendências, se Lula, por exemplo, for preso, poderá ser em seguida inocentado. Estamos em um barco movido por dois remos com movimentos contrários. Temer, bem como o atual Ministro da Justiça, Torquato Lorena Jardim – que ficou visivelmente incomodado com a postura do presidente -, defendem que a ação é correta e que está dentro do que a lei permite, mas sabemos que os objetivos são outros.
Os limites estão sento ultrapassados em todas as instâncias no Brasil, e fica aqui a pergunta: até quando aguentaremos? Que 2018 traga soluções para os nossos problemas.