O Atlas da Violência 2025, divulgado pelo Ipea, revela que pessoas negras continuam sendo as maiores vítimas de homicídios no Brasil. Em 2023, mais de 35 mil dos 45 mil assassinatos registrados foram de pessoas pretas e pardas — o equivalente a 76,4% do total. A cada 100 mil habitantes negros, 29,7 foram assassinados, o que representa uma média de 96 mortes por dia.
Embora o país tenha registrado a menor taxa de homicídios em 11 anos — 21,2 por 100 mil habitantes — e uma redução geral de 2,3% em relação a 2022, a queda foi menos expressiva entre a população negra. Pessoas negras seguem com 2,7 vezes mais chances de serem assassinadas do que pessoas não negras.
Entre os indígenas, a taxa de homicídios foi de 22,8 por 100 mil, acima da média nacional. Apesar disso, houve redução de 62% nos últimos dez anos. O estudo também aponta que jovens entre 15 e 29 anos representaram quase metade das vítimas em 2023, totalizando 21,8 mil mortes — 94% delas, homens.
No recorte por gênero, mais de 3,9 mil mulheres foram assassinadas, mantendo a taxa de 3,5 por 100 mil habitantes, estável desde 2019. Roraima teve a maior taxa (10,4), enquanto São Paulo registrou a menor (1,6).
A violência contra a população LGBTQIAPN+ também cresceu. Em 2023, os casos de agressão contra homossexuais e bissexuais subiram 35%, enquanto a violência contra pessoas trans e travestis aumentou 43%.
Com informações da Agência Brasil.