A Índia enfrenta um surto de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) desde o início de janeiro, com mais de 160 casos e cinco mortes suspeitas, concentradas na região da cidade de Pune, em Maharashtra, um dos principais polos de tecnologia do país. Dados do governo estadual indicam que 21 pacientes estão em suporte ventilatório e 48 em tratamento intensivo devido ao distúrbio neurológico raro.

A SGB afeta o sistema nervoso, comprometendo sentidos, movimentos, respiração e batimentos cardíacos, podendo causar paralisia e levar à morte. Os primeiros sintomas incluem formigamento e dormência em pés e mãos, evoluindo para fraqueza muscular e, em casos graves, incapacidade de mover braços e pernas, dificuldade para falar, engolir e respirar, o que pode exigir ventilação mecânica.
O surto está sendo associado a fatores como água contaminada, padrões sazonais e à bactéria campylobacter jejuni, comum em galinhas e já vinculada à síndrome em surtos anteriores, como na China rural na década de 1990. Embora não haja cura, tratamentos como troca de plasma, imunoglobulina intravenosa e fisioterapia têm se mostrado eficazes.
As autoridades de saúde indianas recomendam que a população das áreas afetadas ferva a água antes do consumo, evite carne crua e tenha cuidado com alimentos malconservados. Casos semelhantes foram registrados recentemente em países como Brasil, em 2015, associados ao vírus Zika, e Peru, em 2023, com mais de 200 casos e quatro mortes, a maioria ligada à campylobacter.