Um ataque russo de grande escala com mísseis e drones atingiu a capital da Ucrânia, Kiev, na madrugada deste domingo (6), matando um homem e ferindo outras três pessoas. A ofensiva causou incêndios e danos significativos em diversos distritos da cidade, segundo autoridades locais.

Este foi o primeiro ataque de tal magnitude desde que os Estados Unidos anunciaram, no fim de março, acordos diplomáticos com Rússia e Ucrânia visando a redução das hostilidades — incluindo um pacto que suspenderia ofensivas contra infraestruturas energéticas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, condenou a ação e afirmou que os ataques demonstram a falta de interesse do Kremlin em encerrar a guerra, que já dura mais de três anos. “Esses ataques são a resposta de Putin a todos os esforços diplomáticos internacionais”, disse ele pelo Telegram.
Segundo a força aérea ucraniana, o ataque envolveu mísseis balísticos, de cruzeiro e drones kamikaze, lançados por bombardeiros estratégicos e frotas navais russas. Na última semana, a Rússia teria lançado mais de 1.460 bombas aéreas guiadas, 670 drones e 30 mísseis contra diferentes regiões da Ucrânia.
A Polônia, que faz fronteira com a Ucrânia e integra a OTAN, entrou em estado de alerta durante o ataque após relatórios sugerirem risco de alvos próximos ao seu território. Autoridades polonesas mobilizaram aeronaves de defesa aérea como precaução.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, informou que o corpo de um homem foi encontrado próximo ao epicentro de uma explosão no distrito de Darnytskiy. Outros dois civis foram hospitalizados na mesma região. Três distritos da capital registraram incêndios.
No dia anterior, quatro pessoas ficaram feridas em ataques na região de Mykolaiv, ao sul do país. Recentemente, a cidade de Kryvyi Rih também foi alvo de bombardeios russos, com pelo menos 19 mortos — incluindo nove crianças.
Até o momento, o governo russo não se pronunciou sobre os ataques. Ambos os lados negam ter civis como alvo, embora milhares de civis ucranianos já tenham perdido a vida desde o início da invasão russa em 2022.