A Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado ouviu, nesta quarta-feira (30), o jornalista Glenn Greenwald sobre áudios que indicariam o uso da Assessoria Especial do TSE pelo ministro Alexandre de Moraes para investigações informais durante o Inquérito das Fake News. Segundo Greenwald, Moraes teria encomendado relatórios e solicitado investigações para fins pessoais, ocultando sua origem no Supremo Tribunal Federal (STF).

Greenwald afirmou que Moraes continuaria exercendo poderes atribuídos às eleições de 2022, estendendo sua atuação de censura além do período eleitoral. O jornalista relatou que diversas fontes jurídicas temem criticá-lo publicamente, temendo represálias. “Esse poder deveria ter terminado um dia após a eleição de 2022, mas segue até hoje”, afirmou.
O jornalista português Sérgio Tavares também foi ouvido, após divulgar vídeo em abril no qual Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, manifesta temor por sua segurança e cogita deixar o país. A gravação teria sido feita por Oswaldo Eustáquio Filho, investigado por envolvimento na tentativa de golpe de janeiro de 2023.
Senadores criticaram a ausência de Moraes e seus auxiliares na audiência. Flávio Bolsonaro e Eduardo Girão questionaram a imparcialidade do ministro no inquérito das Fake News, comparando sua atuação à de Sergio Moro na Lava Jato, declarada parcial pelo STF.
O senador Rogério Marinho informou ter pedido investigação ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre as alegações, mas o processo foi arquivado. Já a senadora Damares Alves denunciou demora no despacho de requerimentos pela presidência do TSE.
Os parlamentares também questionaram o bloqueio de contas e redes sociais de opositores e a restrição de visitas a presos pelos atos de 8 de janeiro. Alguns senadores defendem que o Senado atue como contraponto ao STF, incluindo possibilidade de impeachment.
Com informações da Agência Senado.