A dengue relacionada ao clima – O Democrata

Comentar que o dia está muito mais quente ou que temos chuvas mais fortes deve se tornar algo mais comum nos próximos anos no Brasil, por conta das alterações no clima. E com isso, uma taxa elevada das epidemias de dengue. Já que têm uma maior incidência nos meses mais quentes do ano, período do ápice reprodutivo do Aedes aegypti. A taxa de metabolismo do mosquito aumenta nos meses quentes, reduzindo seu ciclo em até oito dias, já no frio esse ciclo estende-se até 22 dias.

Portanto a combinação das chuvas volumosas, que criam reservatórios artificiais de água, e uma maior alta da temperatura, acelerando o desenvolvimento de todas as fases do mosquito. Onde o adulto deposita o ovo em um recipiente com água, a larva eclode, vem a fase da pupa e, depois, o inseto alado. Que vai sair e picar os humanos.

A média nacional aponta 201 casos de dengue por 100 mil habitantes. Mas, em alguns estados, esse coeficiente é bem maior. O Distrito Federal, por exemplo, registra mais de 1.700 casos por 100 mil habitantes. Na sequência proporcional de casos, aparecem Minas Gerais, Acre, Paraná e Goiás.

Devido ao aumento da emissão de gás carbônico na atmosfera, alguns locais atraem os mosquitos com maior frequência, que percebem a presença dos humanos, onde há sangue quente no qual podem se alimentar. Outro caso é o desmatamento, que reduz a biodiversidade, leva a um desequilíbrio ambiental. E em muitos casos, criando locais propícios para o desenvolvimento do mosquito. Devido as alterações no clima aceleradas pelas ações do homem, a proliferação dos insetos responsáveis pela disseminação da doença fica em um ritmo muito acelerado.

O Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, é responsável também pela disseminação de doenças como chikungunya e zika. O inseto tem sua propagação facilitada por conta das condições climáticas, sobretudo com a ação do El Niño, que ocasiona a elevação das temperaturas também na América do Sul.

A luta contra a dengue é um processo complexo e exige diversos esforços, o cidadão precisa fazer sua parte, e as prefeituras e poder público também. A principal ação de combate à dengue continua sendo o controle do seu vetor, o mosquito aedes aegypti. Vasos com água, pratos, pingadeira, recipiente de degelo de refrigeradores, bebedouros e pequenas fontes ornamentais são potenciais criadouros de mosquito, que tem preferência por água parada e limpa. Caixas d’água e calhas também devem ser monitoradas.

Para usar e ter uma eficiência no combate aos mosquitos, os repelentes recomendados contra o aedes aegypti são os com concentrações de icaridina acima de 20% ou de DEET entre 20% e 50%. Telas nas janelas e roupas de manga longa também reduzem o risco de picada.

Infelizmente enquanto não houver um controle efetivo dos criadouros do mosquito, a incidência de doenças infecciosas e parasitárias, com as mudanças climáticas e também a partir de alagamentos provocados por desastres naturais ou eventos climáticos extremos em grandes centros urbanos, também deve crescer no Brasil. A temperatura, a precipitação, a umidade e a pressão do ar são os principais fatores climáticos associados à transmissão da dengue. Então cabe a todos nós cidadãos junto ao poder público cuidar para minimizar os efeitos que já estamos sentindo, com as mudanças climáticas e a proliferação da dengue.

Sempre que possível consuma alimentos agroecológicos ou orgânicos, pois são alimentos de origem vegetal ou animal provenientes de sistemas que promovem o uso sustentável dos recursos naturais, produzindo alimentos livres de contaminantes, que protegem a biodiversidade e contribuem para a criação de trabalho e ao mesmo tempo, respeitam e aperfeiçoam os saberes e formas de produção tradicionais.

Silvia Hermida – Escritora e Produtora Rural
Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br

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