A Mulher e seu Protagonismo – O Democrata

Você sabia que o Dia Internacional da Mulher é comemorado todo 8 demarço desde 1975. A data foi escolhida pela Organização das Nações Unidas, em homenagem às mulheres russas que saíram às ruas de São Petersburgo para pedir por pão, melhores condições de vida e pela saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial, em 1917. Essa comemoração não é um mero dia voltado simplesmente a homenagens triviais às mulheres, mas diz respeito a um convite à reflexão referente a como a nossa sociedade as trata. Essa reflexão vale tanto para o campo do convívio afetivo, familiar e social, quanto para as questões relacionadas ao mercado de trabalho.

As mulheres produzem cerca da metade dos alimentos no mundo e representam 43% da mão de obra agrícola mundial, mas ainda estão fora dos espaços de decisão. O Brasil, é um país de dimensões continentais e com vasta disponibilidade de recursos naturais, e a agricultura é uma das bases de sua economia. Apesar do relevante papel do agronegócio no Produto Interno Bruto (PIB), a protagonista da produção de alimentos que abastece o mercado interno e fornece segurança alimentar é a agricultura familiar.

A inserção das mulheres rurais no campo político (sindicatos, associações, movimentos sociais, partidos políticos) tem possibilitado um aprendizado coletivo. Esse é um ponto positivo alcançado ao longo dos anos pelas mulheres.

As mulheres estão intimamente ligadas ao início do desenvolvimento da agricultura. Quando o cultivo de alimentos vegetais começou na história da humanidade, por volta de 12 mil anos no período neolítico, eram as mulheres que cuidavam da horta e da lavoura enquanto os homens saíam para a caça ou criavam animais. As mulheres não apenas preparavam os alimentos para as refeições, mas também plantavam e colhiam. Possuir menor força física não impede as mulheres de exercerem muitas atividades no campo.

Principalmente nos dias de hoje, onde a tecnologia dita regras. A administração das novas tecnologias pode ser desempenhada por cérebros femininos e cérebros masculinos. Perante a inteligência artificial, eles são iguais. E as mulheres possuem a mesma capacidade de gerenciar propriedades e garantir lucros. Contudo, pode-se perceber uma forte participação feminina devidamente reconhecida e também uma forte liderança feminina em propriedades rurais que produzem alimentos seguindo os parâmetros da produção orgânica. Este tipo de agricultura, que não se limita a eliminação do uso de defensivos químicos e fertilizantes sintéticos, possui uma forte questão social. Isso significa que, além de ser uma agricultura livre de resíduos potencialmente tóxicos, é também um meio de produção baseado num sistema justo para quem produz. 

Vale refletir que da mesma forma como se aborda a presença feminina no campo, um sentimento que está presente na mente de muitas mulheres é de que este assunto nem precisaria ser debatido se não fosse as desigualdades que acontecem nas relações interpessoais. Não apenas no campo, mas em todos os ambientes. A igualdade de gênero deveria ser algo natural. Tanto mulheres quanto homens deveriam ser respeitados em suas vontades. Portanto, todas as mulheres devem ser parabenizadas, não apenas no mês de Março, e sim em todo o tempo que lutam, progridem, cuidam e se doam para a vida em todos os sentidos.

Sempre que possível consuma alimentos agroecológicos ou orgânicos, pois são alimentos de origem vegetal ou animal provenientes de sistemas que promovem o uso sustentável dos recursos naturais, produzindo alimentos livres de contaminantes, que protegem a biodiversidade e contribuem para a criação de trabalho e ao mesmo tempo, respeitam e aperfeiçoam os saberes e formas de produção tradicionais.

Silvia Hermida – Produtora Rural e Escritora

Fonte: https://doi.org/10.14393/CEF-v34n1-2021-23

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