A Tempestade e a Borboleta | O Democrata

Artigo publicado no Jornal O Democrata de 18/09

Já era noite quando cai de cansaço. Vida frenética, cheia de atividades, entre as quais eu me esforço diariamente em incluir um momento para agradecer a vida e ficar em paz.

Garanto que é muito efetivo e simples de fazer.

Escolha um canto na casa onde possa ficar sozinha, ou pelo menos preservada de interrupções. Onde possa colocar uma música, no celular mesmo, e fechar os olhos, respirando de forma bastante consciente, observando o ar que entra e sai das narinas.

Observe o caminho que ele faz, se está quente ou frio, continue assim, só focando no ar que entra e no ar que sai. Soltando o corpo e relaxando a cada respiração. Você sentirá que aos poucos os seus pensamentos começarão a bailar e a mente se torna um papagaio falante nesta hora. Não se incomode com isto, deixe passar, como nuvens ao vento. Continue focada e comece a encontrar no seu banco de memórias, os momentos preciosos da sua vida aos quais você é grata.

A gratidão é uma força positiva capaz de neutralizar qualquer pensamento ruim, tristeza ou inadequação em instantes. Em especial aquele crítico interno, tão cruel, que nos ataca nos momentos de baixa emocional.

Eu fiz isto naquela noite. Estava precisando! Fui, então, procurando me desligar do mundo externo, entrando para dentro de mim. E em pouco tempo naquele fluxo de respiração e boas lembranças, fui sendo inundada por um profundo sentimento de gratidão pela vida. Pelo caminho percorrido e pelos longos dias de choro e risos das experiências já vividas e ainda tão vívidas em mim.

Viajei no tempo e comecei a reviver aquela sexta-feira, 13, em que após longas horas de trabalho de parto, ouvi o choro da Amanda. Chegara, enfim ao planeta, a minha sagrada companheira de jornada, digna de ser amada.

Na tela mental surgiu também meu guerreiro, Renato. A noite caia, junto com a chuva, raios e trovões, anunciando a sua chegada. Que alegria eu senti ao recebê-lo em meus braços, e carregar no colo aquele ser tão pequenino, e tão precioso para mim.

E de repente eu estava lá, no palco da universidade. Deus! Quanta gratidão eu senti pelo dia que subi naquele palanque para ser a oradora da turma da Psicologia. Mal conseguia falar com as lágrimas que rolavam na face cheia de alegria por ter vencido tudo o que venci para chegar até ali, e receber o meu primeiro diploma universitário, aos 47 anos de idade.

Por isso, sou feliz por entender que problemas são as melhores oportunidades que temos para continuar crescendo. E eu só agradeço, vivendo um dia de cada vez e sempre em busca de ir além e ao encontro da minha liberdade de consciência, voando como uma borboleta, mesmo em dia de tempestade. Bora ficar em paz?

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