A construção da capela do Cemitério da Paz de São Roque foi mais uma prova da força da comunidade católica da cidade que participou ativamente de uma campanha com a doação e a compra de rifa. A inauguração ocorreu no Dia de Finados de 1942 depois de uma campanha de várias semanas com a ampla divulgação nas páginas do Jornal O Democrata.
Na edição de 5 de setembro, o jornal destacou que a iniciativa da obra foi de uma abnegada comissão de senhoras e senhorinhas que decidiu levar adiante uma bela e caridosa iniciativa apesar das dificuldades do momento, devido à escassez e encarecimento do material de construção. Era o período da Segunda Guerra Mundial (1939/1945).
“Apesar de tudo isso, a obra está em grande adiantamento, havendo esperança da mesma ser inaugurada no próximo dia de Finados, caso não surjam dificuldades de última hora.”
A reportagem da primeira missa, publicada em 7 de novembro de 1942, reafirma o esforço de um pugilo [pequena quantidade] de senhoras que levou de empreitada firme e pertinaz.
“As missas na Matriz e a procissão para o cemitério tiveram grande número de fiéis. Às 9h30, teve lugar a benção da capela que está sendo construída no cemitério com o auxílio da Prefeitura e do povo.”
A missa foi celebrada pelo monsenhor dr. Nicolau Consentino, “ilustre vigário geral do Arcebispado”. “Na residência da senhora Julieta Tonso, que é uma das esforçadas senhoras da comissão pró-capela, foi oferecido um almoço ao monsenhor.”
O padre Lafaiete era o pároco de São Roque, mas estava em viagem por Minas Gerais já que a sua mão tinha falecido alguns dias antes. O falecimento ocorreu em São Roque e O Democrata registra que ela foi atendida pelo médico Guaracy Ribeiro Lopes.
A campanha para a construção da capela do cemitério movimentou toda a cidade, tanto que o Democrata publicou em várias edições nomes de colaboradores por bairro.
Uma das listas mais extensa é formada por funcionários da Estrada de Ferro Sorocabana com a doação de chefes, mestres e operários em homenagem os seus colegas sepultados em nosso cemitério. As quatro listas dos ferroviários foram organizadas por Antonio Gomes Lodovico, Benedito Ferreira da Silva, Jerônimo Blazeck e Heitor Faria.
Vander Luiz



