Carnaval nos anos 1970: Salões lotados, escolas de samba e blocos em um desfile quilométrico nas ruas de São Roque – O Democrata

Na década de 1970, o centenário arquivo do Jornal O Democrata registra o aumento no número de escolas de samba e blocos que se juntam à Banda Psicodélica, que animava o Carnaval desde 1963, comandada pelo “maestro” Lucindo Lima. Mais antigo ainda era o Zé Pereira, de João Eletricista. O Carnaval de São Roque tem uma história rica que rende vários blocos de notícia, com as informações divididas em alas. Aqui, um pequeno desfile de informações.

Em 1971, o bloco Unidos da Jurid elegeu a rainha Maria Cristina Italiani. A Jurid (empresa localizada em frente ao Cemitério Municipal, atual Altenburg) também teve grande participação no esporte

Em 1970, desfilaram os blocos – que, em alguns casos, também eram chamados de escolas de samba – Jurid, Banda Psicodélica, Bloco do Junqueira, C. A. Paulistano, cordão e fanfarra do São Roque Clube e Bloco Taxaquara (São João Novo). A empolgação foi tanta que ficou a promessa de um novo desfile no Sábado de Aleluia. Só promessa mesmo, porque não seria fácil dividir as ruas com a Corrida de Aleluia, disputada à noite.

Em 1973, o Paulistano inaugurou o salão de festas na administração de Tico Euzébio. O prefeito Jarbas de Moraes marcou presença na sede social na Avenida Santa Rita, 171 (Vila Aguiar)

O Carnaval de São Roque apresentava mudanças a cada edição. Em 1971, o Carnaval do Tri, ainda embalado pela conquista da Seleção Brasileira na Copa do México de 1970, “tem inegavelmente tudo para agradar”, destacava o Jornal O Democrata. “Referimo-nos à simpatia, graça e beleza da Rainha do Carnaval-71, senhorita Maria Cristina Italiani, jovem estudante que representou, no concurso, a Unidos da Jurid, suplantando as representantes Rose Marina Prestes (Unidos de São Roque) e Cleufe Nunes Querino (Banda Psicodélica).

O ator Juca de Oliveira acompanhou o desfile da terça-feira e o casal Pascoal Rabechini recepcionou o ponta-esquerda Paraná, do São Paulo. O craque do Tricolor seria padrinho de casamento de José Fernando Rabecchi e Sônia.

O Democrata trouxe a cobertura completa do Carnaval de 1976. O Cambará ganhou o título na primeira participação e seria bicampeão no ano seguinte

O trajeto passou por várias mudanças. Em 1972, o desfile seguia pela Rua 15 de Novembro, Praça da Matriz e Avenida João Pessoa. Nos anos seguintes, ficaria ainda mais longo, começando na Avenida Tiradentes, subindo a Rui Barbosa, descendo a Marechal Deodoro e a 15 de Novembro, Praça da Matriz e encerramento na 7 de Setembro. Depois, mudou para as Avenidas John Kennedy e Antonino Dias Bastos, até que voltou a passar pela Praça da Matriz, onde era montado o palanque com as autoridades e o serviço de som de Roque Boschetti.

Nessa década, o Paulistano e o São Roque Clube apresentavam os mais animados bailes de salão. O SRC já contava com a nova sede na Avenida Antonino Dias Bastos, depois de organizar bailes no Restaurante Picagli (Maylasky). O Paulistano realizou bailes no Jussara (Recinto da Festa do Vinho), mas, finalmente, em 1973, inaugurou o sonhado salão de baile na administração do presidente Armando “Tico” Euzébio.

Em 1976, o Jornal O Democrata dedicou grande espaço para a cobertura do reinado de Momo, que recebeu um maior incentivo do prefeito Jarbas de Moraes no seu último ano de governo. Destaque para a estreia da Juventude Unida do Cambará, que “venceu com méritos o concurso de Carnaval sob o eficiente e seguro comando no apito de Rubens Almas e a coordenação de Zito Garcia, Silvio Santos (Sílvio do Bar), Sebastião Carvalho Filho (Ticana) e Antonio Franco.

A Banda Psicodélica, criada em 1963, seguiu alegrando o Carnaval de Rua na década de 70. Em 1978, o “maestro” Lucindo Lima apresentou a Mulher Biônica e esnobava dizendo que o uniforme dos músicos foi confeccionado pelo famoso “Clôdo-via”

O Cambará seria bicampeão no ano seguinte, ao apresentar pela primeira vez um samba feito especialmente para o desfile: “Gira, Gira, Gira.” Recebeu, das mãos do professor Élcio Boccato (diretor do Jornal O Democrata), o troféu “Escola de Samba Mais Completa e de Música Inédita.”

A fiscalização nos bailes era rígida, chegando a contar com 25 comissários de menor. Em 1977, O Democrata noticiou os clubes que foram autuados pelo não cumprimento da portaria baixada pelo Juiz de Direito. Pela presença de menores no salão ou tocando nas bandas, foram multados: Usera (Araçariguama), CASM (Mairinque), 7 de Setembro (São João Novo) e Paulistano. O CASM bateu o recorde com mais de 50 menores de 18 anos. As multas foram aplicadas pelo comissário-chefe de Menores da Comarca, Sussumu Kono.

Em 1978, o regulamento previa que cada escola deveria se apresentar com no mínimo 30 figurantes “vestidos com roupas ou trajes típicos de Carnaval para evitar dúvidas.”

A Corações Unidos de São João Novo (fundada em 1967) nem sempre aparece com esse nome. Na programação oficial, várias vezes leva o nome do Esporte Clube 7 de Setembro. São encontradas outras escolas, como Acadêmicos do Zezão (campeã de 1978), América do Guassú, Unidos do Vai Quem Quer, Princesa Isabel de Mairinque (desfilou em 1979), além de blocos isolados e individuais (“quase sempre figuras de palhaço, múmias e travestis”) que tiveram breves participações. A Unidos do Vai Quem Quer foi campeã em 1979, quando homenageou o cantor Ataulfo Alves.

Vander Luiz

Jornal O Democrata São Roque

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