O Jornal O Democrata completa 107 anos na próxima quarta-feira (1º de maio) com a publicação de 5.386 edições de maneira ininterrupta algo que merece todos os elogios por ser um dos mais antigos em circulação no país e no mundo. Uma marca rara e motivo de orgulho para São Roque e região. O Arquivo Vivo destaca como foram as duas edições que em 1967 registraram os 50 anos de atividade.
São vários textos que merecem publicações na íntegra, mas por questão de espaço destacamos alguns trechos. O professor Glauco Silveira Santos escreveu. “A própria longividade de O Democrata – e quantas publicações congêneres já não se viu aparecerem? – é um estímulo à nossa pertinácia e, também, um atestado de que não temos desmerecido do favor popular.”
Telmo Vieira citou na edição de 29 de abril. “Suas páginas são uma testemunha silenciosa de tantos acontecimentos, são um relicário de boa parte da história sanroquense em que se mescla o pitoresco e o trágico, o êxito e o fracasso, a polêmica e a concórdia, o nascimento e o funeral, a matéria e a fé, o esporte e a cultura”.
A família Boccato – com os pioneiros irmãos Heitor (Rino) e Chico – está à frente do jornal em praticamente todos esses longos anos de trabalho. Em 1967, Rino Boccato era o prefeito de São Roque cargo que ocupou entre 1964 e 1967. Nesse momento, os filhos Osmar, Rubens, Élcio e Sérgio trabalhavam ao lado do tio no jornal, gráfica e papelaria. Atualmente, Osmar Henrique Villaça Boccato (Maique), filho de Osmar e Durcema, é o vice-prefeito de São Roque e passou o comando da empresa para a quarta geração com seus filhos Rodrigo e Priscila.
O Democrata nasceu na rua Padre Marçal (hoje, Centro Universitário São Roque) onde o professor Antonio Villaça mantinha o cinema Pavilhão Popular e mandava imprimir em São Paulo a programação dos filmes, mas estava descontente com os seguidos atrasos. Neste mesmo tempo, os irmãos Boccato montaram uma papelaria dirigida por Chico. Rino trabalhava em São Paulo na tipografia de Ernesto Biaggio.
Como sabia que o patrão estava vendendo uma máquina impressora trouxe a oferta ao professor Villaça. Negócio fechado, o proprietário do cinema viu também a possibilidade de realizar um velho sonho, a criação de um jornal. Assim, nasceu O Democrata em 1º de maio de 1917 com Chico e Rino comandando a parte gráfica com a composição, revisão de provas, paginação e impressão. Como redatores e revisionistas trabalhavam o professor Manuel Villaça e os filhos Berta e Argeu Villaça. Alguns meses depois, Manuel e Argeu Villaça adquiriram o jornal que pouco tempo depois passou para para Chico e Rino Boccato.
A edição de 4 de maio de 1967 trouxe em primeira página o cinquentenário de O Democrata. Houve uma missa de ação de graças na Igreja da Matriz e recepção na casa de Heitor Boccato organizada pela esposa Adelina de Castro Boccato e filhos. A professora Inês Ferraz Villaça, viúva de Antonio Villaça, esteve presente. As meninas Angélica e Adenilda, filhas de Rubens Boccato, entregam flores a Inês e a Argeu Villaça. Depois foi servido um almoço no Restaurante Stefano (Maylasky).
Vander Luiz