Em 24 de setembro de 1994, a Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus “Bernardino de Campos” completou 100 anos de atividades com uma programação que movimentou alunos e professores e despertou a memória afetiva das pessoas que estudaram e trabalharam na instituição de ensino criada pelo professor Júlio César Oliveira. O Jornal O Democrata publicou um suplemento especial contando a história do primeiro grupo escolar do Estado de São Paulo que encerrou as atividades dentro da reestruturação do ensino, mas o prédio histórico na rua Marechal Deodoro não perdeu a essência e abriga a Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Roque) criada em 25 de setembro de 2012 pelo governador Geraldo Alckmin.
Em 7 de agosto de 1893, Bernardino de Campos, presidente do Estado de São Paulo (cargo que corresponde ao de governador) decretou a Lei 169 que no parágrafo primeiro determinava. “Nos lugares em que, em virtude da densidade da população, houver mais de uma escola no raio fixado pelo Conselho Superior de Instrução Pública poderá fazer funcionar em um só prédio, para esse fim construindo no ponto que for mais conveniente”.
Na condição inspetor do 24º distrito, o professor Júlio César era responsável pela sede São Roque mais os municípios de Santana de Parnaíba, Cotia, Una (atual Ibiúna), Piedade e Araçariguama (que depois seria incoorporado a São Roque e se emanciparia em 1992). Em um dos primeiros relatórios ao governador, sugeriu que seis escolas em pontos isolados de São Roque fossem agrupadas em único prédio para eliminar dificuldades e possibitar a melhora da qualidade educacional das crianças. Foram reunidos alunos do Centro, Marmeleiro, Pinheirinhos (Maylasky), Taboão, Sebandilha (Mairinque) e Saboó. Assim nascia, o Grupo Escolar que algum tempo depois passou a ser chamado de “Grupão”.
A ideia foi acatada e transformada em lei em 3 de novembro de 1893, sendo que em 24 de setembro de 1894 os grupos escolares foram oficializados, mas São Roque já estava na vanguarda tanto que recebeu o nome de Grupo Escolar “Bernardino de Campos” e teve como primeiro diretor o professor Manoel Villaça. Quando dos 100 anos a diretora era Mariina Lousada Pinto Costa.
Hoje, escolas têm câmeras de segurança e boa parte delas seguranças e guardas na entrada e saída de alunos. No entanto, o suplemento especial do Centenário do Bernardino trouxe uma curiosidade publicada na edição número 4 do Jornal O Democrata de 20 de maio de 1917. “O senhor diretor do Grupo Escolar desta cidade, oficiou ao dr. Delegado de Polícia, solicitando a retirada de um soldado postado no portão do referido estabelecimento de ensino, por ocasião da saída dos alunos, visto não haver necessidade dessa medida, pois a retirada dos alunos é feita na melhor ordem”. Eram outros tempos…
Os alunos do Bernardino dos anos de 1970 e 1980 não esquecem a figura do “Seu Zezinho”. “Sempre mostrou uma personalidade forte e segura na disciplinam excelente funcionário e cooperador, marcou a vida de cada aluno e funcionários durante os anos em que trabalhou nessa escola. Conhecia os alunos pelo nome, aconselhava e ajudava com seu modo simples e simpático, sempre pronto a ouvir os problemas de cada um na escola. Cuidava muito bem da escola; a limpeza era perfeita e tudo tinha um cuidado especial, as plantas eram tratadas com muito amor”, escreveu a ex-aluna Maria Euripa Dias de Oliveira.
Na semana de comemoração dos 100 anos do Bernardino, no dia 18 de setembro teve missa na escola, abertura de exposição e filme do Cine Teatro São José. Durante a semana (19 a 22) atividades culturais, Seresta do Centenário com ex-alunos e ex-professores (dia 23) e no encerramento (24), sessão solene na escola e desfile até a Praça da Matriz.
Vander Luiz