O antigo prédio do Grupo Escolar “Bernardino de Campos” e atual Fatec (Rua Marechal Deodoro da Fonseca, 132) deixou de ser local de votação em decisão anunciada na semana passada pelo Cartório Eleitoral. Os eleitores serão transferidos para o Centro Universitário São Roque (Rua Padre Marçal). A mudança ocorre porque salas de aula foram transformadas em laboratórios o que dificulta a desocupação para votação. A expectativa é que também melhore a acessibilidade.
O tradicional ponto de votação de São Roque vai deixar saudades e o Arquivo Vivo do Jornal O Democrata resgata publicações que contam um pouco dessa história.
Em 1947, com o final da Era Vargas (1930/45, mas seria eleito presidente em 1950/54), o Brasil voltava a ter eleição direta para prefeito e vereador. O Democrata (8 de novembro de 1947) publicou os locais de votação que começavam pelo Bernardino de Campos onde estava a maioria da seções (urnas). Mairinque e Araçariguama eram distritos de São Roque e Comendador Rodovalho (hoje, Alumínio) e Taxaquara (São João Novo) eram os outros pontos de votação.
No Bernardino foram 7 seções com 293 eleitores em cada uma delas totalizando 2.051. Na distribuição por ordem alfabética votavam na 1ª seção os eleitores de Abdala João José a Ana Maria Cardoso. Na 7ª, de Gustavo Pereira a João Alberto. No cinema Pavilhão Popular (hoje, Centro Universitário), a 14ª seção fechava o abecedário dos eleitores são-roquenses de Ruth Bastos de Góes a Zurza Benedita Acussi. Os outros locais de votação na cidade foram a Prefeitura (XV de Novembro próximo à Praça da Matriz), prédio da Assistência Médico Sanitário (Rua Padre Marçal, 5) e Legião Brasileira de Assistência (Travessa do Teatro, 11; hoje rua Rosina de Oliveira).
Joaquim Firmino de Lima foi eleito prefeito de São Roque. Além dos vereadores, foi escolhido o vice-governador Luiz Gonzaga Novelli Júnior (nome de estádio em Itu) que também foi o mais votado em São Roque. A eleição para governador ocorreu em 19 de janeiro do mesmo ano com a vitória de Adhemar de Barros. Acreditem! Duas eleições no mesmo ano.
Nas eleições municipais de 1951, quando Danton Castilho Cabral foi eleito prefeito de São Roque, o Bernardino novamente teve sete secções Desta vez, O Democrata publicou os nomes do presidente e primeiro e segundo mesários. A 4ª secção, teve o presidente Ismael Victor de Campos (prefeito de São Roque de 1930/33 e pai do artista plástico Darcy Penteado) e o segundo mesário Luiz Leite Penteado (prefeito de São Roque 1943/44). A 7ª secção foi presidida por outro ex-prefeito, Gentil de Oliveira (1944/45) e pai do prefeito Mário Luiz Campos de Oliveira (1961/63 e 1983/88). O primeiro mesário, Vasco Barioni, seria o vice-prefeito de Mário Luiz (1961/63).
Nas eleições municipais de 1955 um fato relevante. O Grupo Bernardino de Campos foi o único local de votação em São Roque com 27 seções e a vitória de Lívio Tagliassachi (1956/59).
No dia 3 de outubro de 1959, o Bernardino recebeu eleitores de 14 seções eleitorais, mas os são-roquenses também puderam votar no Grupo Escolar do Bandeirantes (Avenida Brasil, hoje Barão de Piratininga no Cambará), Prefeitura Municipal, Mercado Municipal (Avenida João Pessoa) e São Paulo Clube (Rua 7 de Setembro). Mário Luiz foi eleito prefeito de São Roque e uma de suas obras foi justamente a construção do novo prédio da Escola Barão de Piratininga (Rua José Henrique da Costa) inaugurado pelo governador Carvalho Pinto (1959/1963).
