São Paulo atingiu o recorde de pessoas internadas em UTIs pela covid-19 desde o início da pandemia. O pico até então, de 6.257 hospitalizações, de junho do ano passado, no auge da primeira onda, foi quebrado ontem com o registro de que 6.410 pacientes atualmente acamados em hospitais por conta do novo coronavírus.
Mesmo com a ampliação da oferta de leitos, só na última semana, o aumento nas internações foi de 5,6%. “Ultrapassamos o maior número da história da pandemia e temos que ter atenção especial”, alertou o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn.
Para o coordenador-executivo do centro de contingência, João Gabbardo, como o número de casos está estável, o recorde de internações pode estar associado ao fato de que os doentes estão permanecendo hoje mais tempo na UTI, o que sugere que a doença está ficando mais grave.
Diante do aumento, o comitê apresentou uma série de sugestões para endurecer a quarentena. As novas medidas restritivas deverão ser anunciadas na quarta-feira (24) pelo governo e provavelmente começarão a valer na sexta-feira.
“São recomendações que vão tratar de redução da mobilidade, da movimentação das pessoas, que é o que a gente pode fazer nesse momento para reduzir a transmissibilidade. Sendo variante ou não, a forma de reduzir a transmissão é a mesma: diminuir a possibilidade de contato entre as pessoas”, disse Gabbardo.
Ferramenta criada por pesquisadores das universidades USP e Unesp para monitorar os dados da pandemia, o Info Tracker também detectou o rápido e expressivo crescimento das internações.
Na Grande São Paulo, o aumento em sete dias foi de 7,6%. Só em Santo André, a alta foi de quase 31%, enquanto que em Osasco foi de 28% e, na capital, 5%.
Afetada pela variante de Manaus, Araraquara, no interior, quase dobrou o número de internações em um mês, passando de 35 para 68, entre 19 de janeiro e o pico atingido em 19 de fevereiro. A cidade tem 100% dos leitos ocupados e ficará em lockdown até o fim da noite de hoje. Já São Bernardo terá toque de recolher a partir de sábado.
Do Metro