O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a expectativa é de redução nos preços dos alimentos nos próximos meses, impulsionada pela supersafra agrícola e pela valorização do real frente ao dólar. A declaração foi feita durante entrevista ao Flow Podcast na noite desta sexta-feira (7).

Supersafra deve impactar preços
Segundo Haddad, a chegada da nova safra pode aliviar os preços de diversos produtos que tiveram aumento significativo nos últimos meses. “Eu acredito que uma série de produtos que estão mais caros terão seus preços reduzidos com a entrada da safra deste ano, que, ao que tudo indica, será uma supersafra”, destacou o ministro.
A queda no valor do dólar também é apontada como um fator que pode ajudar na redução dos custos. Em dezembro de 2024, a moeda norte-americana ultrapassou os R$ 6, pressionando os preços dos alimentos no mercado interno.
Impacto na inflação
Para Haddad, a inflação deve apresentar recuo à medida que a nova produção agrícola chegar ao consumidor. “Produtos que estão com preços altos hoje vão ficar sob controle quando a safra entrar no mercado”, afirmou.
Ele exemplificou a situação citando o impacto da alta do milho no custo do frango e dos ovos. “O milho está caro. A galinha come milho, então o ovo ficou caro, o frango ficou caro”, explicou. No entanto, o ministro ponderou que alguns produtos, como o café, podem exigir mais atenção, pois a demanda global segue elevada. “A demanda por café no mundo está desatendida”, acrescentou.
Medidas para conter preços
Questionado sobre a pressão da “inflação dos alimentos” e os impactos na imagem do governo, Haddad afirmou que essa questão faz parte da gestão pública. “Quando você está em um governo, tudo vai para sua conta”, disse.
Para conter os preços, o governo decidiu zerar a tarifa de importação de alguns itens essenciais, como carne, café, açúcar, milho, óleo de girassol, azeite de oliva e massas alimentícias. De acordo com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, a medida deve ser aprovada nos próximos dias e não terá um prazo de vigência pré-definido.
Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou preocupação com a alta dos alimentos e afirmou que poderá adotar medidas mais drásticas caso as ações já implementadas não surtam o efeito esperado.
Perspectivas para o consumidor
Com a combinação de fatores como a supersafra e a valorização do real, a expectativa é que os preços dos alimentos entrem em trajetória de queda, proporcionando alívio ao consumidor. No entanto, setores estratégicos, como o do café, ainda exigem monitoramento devido à demanda global aquecida.
O cenário econômico seguirá sendo acompanhado de perto pelo governo, que estuda novas medidas para garantir o controle da inflação e a estabilidade dos preços no país.
Com informações do SBT News.