História do Vinho Brasileiro | O Democrata

A memória da história é muito importante para preservação da cultura e configura uma homenagem a todos que contribuíram com muito esforço e dedicação.

Carlos Vivi, descendência italiana, 55 anos, graduado em engenharia civil, formado em sommelier pela ABS-SP, ciclismo como esporte e vinho por paixão, dedicando três décadas no estudo da cultura do vinho.

PARTE 2 – HISTÓRIA DO VINHO EM SÃO ROQUE

“Cooperativa Vinícola e Agrícola de São Roque”. Arquivo Histórico Digital de São Roque. Disponível em https://www.arquivosaoroque.com.br/acervo/items/show/99.

O investimento histórico do Dr. Eusébio Stevaux na viticultura em São Roque acabou atraindo interesse dos colonos italianos, portugueses, espanhóis, alemães, entre outros, com ênfase nos portugueses e italianos, tornando uma das principais fontes de renda do município. Num relatório de 1877, São Roque possuía 5.448 habitantes e a produção de vinhos era de 50.400 litros. Neste período as características das vinícolas eram de propósito de comerciais, destacando-se as vinícolas de Stevaux, Casali e Santos Sobrinho.

No início do século XX existiam inúmeras áreas destinadas à viticultura, sendo em quase sua totalidade com a variedade Isabel, do Taboão ao Marmeleiro, do Guaçu e Rio Acima até Canguera. Na década de 1920 foram introduzidas as uvas Seibel 2 (híbrida) e posteriormente a Niágara Branca (americana).

Em 1928 a Estação Experimental de São Roque é funda por Fernando Costa, ajudando na melhoria das castas híbridas (Seibel, Seyve Villard, Bertille Seyve e Gaillard), americanas e vinífera (Pinot, Moscateis e Pirovanos, uma cultura obtida por Angelo Pirovano, em 1911, na Itália, por meio do cruzamento entre ‘Bicane’ e ‘Moscatel de Hamburgo’).

Aldo Penone, Francisco Follador, D. Emília Walter, Dr. Antônio Picena, Manoel Batista, Angelo Rosso, Dr. Luis Canale, Macagnini, João Collo, Roviglio, entre outros foram grandes contribuintes da vitivinicultura de São Roque.

Grande marco no progresso da viti-vinicultura são-roquense foi o lançamento da Cooperativa Vinícola e Agrícola de São Roque com a competência de D. Emília Walter e o Dr. Antônio Picena, este dirigiu o Curso de Viticultura e Enologia.

Essa contribuição fez surgir dezenas de produtores e vinícolas, atingindo o auge nas  décadas de 1940/1950, neste período foi criada a Festa do Vinho de São Roque (1942), por iniciativa do Dr. Cláudio Cecil Roland, dando destaque nacional ao vinho da região.

A partir da década de 1960 a viticultura de São Roque entra em decadência em virtude de vários fatores, como econômicos, climáticos, falta de pesquisas técnicas e desenvolvimento, reduzindo até um pouco mais de uma dezena de vinícolas nos anos 1980/1990, onde passaram a produzir vinhos também com uvas de outras regiões.

Nos anos 2000, iniciou-se um movimento de revitalização da região, principalmente com investimento no turismo em conjunto com introdução de novas técnicas de manejo no campo e introdução de novas cepas vitiviniferas.

Agradeço desde já quem quiser colaborar com a memória do vinho brasileiro, podem entrar em contato.

Autor: Carlos Vivi
e-mail: vinhosvivi@gmail.com.br
WhatsApp: (11) 9.5052-8855
Santana de Parnaíba – SP

Referências Bibliográficas:

INGLES DE SOUSA, J.S. – Origens do Vinhedo Paulista, PM de Jundiaí, 1959.
VINHEDO PAULISTA – Coordenação Técnica: Silvana Catarina Sales Bueno – Parte 1: Adriana Renata Verdi, João José de Oliveira Veloso, Sergio Inglez de Souza, Silvana Catarina Sales Bueno – Campinas, outubro 2010.
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