
A Copa Carambeí agitou o futebol de salão de São Roque e região com emocionantes partidas na quadra de cimento e descoberta da Indústria Textil Carambeí S/A na Avenida Brasil entre 1976 e 1984. A Quadra Municipal (Avenida Marginal) e até mesmo na quadra coberta da Escola Altina Júlia de Oliveira (Mairinque) receberam partidas. A torcida comparecia em massa mesmo nas noites frias. No Ginásio de Esportes de São Roque, inaugurado em 1982, foram disputados alguns jogos transferidos por conta das chuvas. O Arquivo Vivo do Jornal O Democrata destaca a primeira edição conquistada pela Farmácia Santa Cecília de Mairinque.
Inicialmente a Copa Carambeí era uma competição interna entre os departamentos da empresa que era uma das maiores da região. Em 1973, a primeira edição reuniu 24 equipes, entre elas: Acabamento, Administração, Placon, Exportação e Importação, Escritório São Paulo, Escritório Sorocaba, Carambella, Fiações Curta e Longa, Cardas, Espuladeira, Degomagem, Expedição, Carga e Descarga, Vagalume (guardas que trabalhavam no turno das 22 às 6h), Owa e Ribeiro e Renegados (funcionários que eram aproveitados pelos setores em que trabalhavam). A Administração conquistou o título formando com Euclides Papa, Vinicio Cesar Pensa, Tato, Itagiba, Alaor, Del Sistia e Chico Pazzini. Este último faleceu em um acidente aéreo e era filho de Bruna Bruni Pazzini a segunda mulher vereadora da Câmara Municipal de São Roque.

O Jornal O Democrata de 05 de junho de 1976 informou a realização da primeira edição da Copa Carambeí que contou com o apoio da Comissão Municipal de Esportes presidida por Donaldo Lopes. Trazia a confirmação dos primeiros participantes, inclusive três equipes do Greca (Grêmio Recreativo Carambeí). Na edição seguinte (12 de junho), a confirmação das chaves e as primeiras rodadas disputadas a partir da segunda-feira (14) na Quadra Municipal.

Chave 1: Cefri, Baccos (Itu), Carambeí C, Bandeirantes B, Bebilloydes A, Santa Cruz A, Primavera/Barão e Real Sanroquense. Chave 2: Kondotex, Gaplan (Itu), Bradesco (Osasco), Spina, G.E. Daccache A, Cleycar, Ipiranga e Light. Chave 3: CASM, Huzicromo, Carambeí A, Bandeirantes A, Debillydes B, Santa Cruz C, Peterco e Del Sarto. Chave 4: Farmácia Santa Cecília, A.A. Alumínio, Carambeí B, Spina B, Daccache B, Santa Cruz B, Danger Barão e Expresso Paulista. Um grupo deixou de ser publicado porque nas edições seguintes aparecem jogos envolvendo Cruzeiro (São João Novo), Crus (Bairro do Junqueira), Eros (Alumínio), Educação Física, Andorinha e Carambeí D.

Um curiosidade era a liberação do uso de Kichute um dos tênis mais populares nos anos 1970 e 80. O problema é que tinha travas e por isso em algumas competições a sola precisa ser cortada. O Democrata trouxe semanalmente informações, inclusive que o pontapé inicial foi do diretor comercial, Walternei de Oliveira.

Na final, a Farmácia Santa Cecília garantiu o título ao ganhar do G.E. Daccache por 3×2 na prorrogação após empate por 2×2 no tempo normal. O terceiro lugar ficou com o Educação Física que venceu o CASM por 4 a 3 nos pênaltis. No tempo normal, empate por 2×2 que persistiu na prorrogação. O Real Sanroquense foi o quinto colocado. A Farmácia recebeu o troféu transitório e em definitivo o troféu “Luiz Biscaro”. Outros troféus, “Carlos Pereira Paschoal” (vice), “Valterney de Oliveira” (3º), “José Maria Pinheiro” (4º) e “Euclides Papa” (5º). Elenco da Farmácia Santa Cecília, João Antonio Azzini (Badola, goleiro menos vazado), David Lopes, Ernesto Bonino Filho (Bonino), Hermelindo de Oliveira (Baiano), Guarani Oliveira Lopes (Guara), Carlos Alberto Lorencini (Nenão), Adaniel Ribeiro (Nenê), Carlos Alberto Camargo (Tilo), Ildefonso Ciaramello (técnico) e Osvaldo Benedito Madureira (massagista). Recebeu o troféu de artilheiro Josiel Antonio Araújo.
Vander Luiz