Justiça determina reintegração de posse em terreno ocupado em Araçariguama | O Democrata

A Justiça e a Polícia Militar devem cumprir no próximo mês a reintegração de posse em um terreno ocupado em Araçariguama há cerca de dois anos. Aproximadamente mais de 200 famílias vivem no local e já foram alertados sobre o prazo para deixar o espaço.

A PM informou que está fazendo reuniões com os moradores para orientar e garantir a segurança da operação no próximo mês.

De acordo com a prefeita de Araçariguama, Lili Aymar, a prefeitura vai ajudar as famílias com a mudança e vai oferecer um local provisório para elas ficarem.

No entanto, não deu uma data para inauguração de novos conjuntos habitacionais na cidade e nega envolvimento na invasão.

“Jamais compactaríamos com invasão de área. Quando aconteceu a invasão, que foi logo depois do período eleitoral, no fim de ano, a estrada Imperial estava lotada e foram todos avisados que ali era área particular e que não poderiam invadir”, afirma.

Polícia Militar sobrevoou área que passará por reintegração de posse

Na manhã da última 2ª feira, 14, o helicóptero Águia da Polícia Militar fez um sobrevoo de reconhecimento da área invadida no distrito industrial próximo a Chácara Dora, conhecida como Nova Esperança. A bordo estava o Comandante da PM de São Roque, Capitão Ceolone.

De acordo com informações, as cerca de 80 famílias que se estabeleceram no local terão que deixar a área até o próximo dia 5 de junho, quando será cumprida a ordem judicial de reintegração de posse. Ainda segundo consta, muitas das 200 pessoas que vivem ali, não têm para onde irem e, assim, terão que contar com a ajuda da assistência social da prefeitura.

Conforme divulgado, as famílias já foram cadastradas por um programa habitacional a ser implantado pelo município e terão prioridade no atendimento.

No próximo dia 21, o Capitão Ceolone vai se reunir com os moradores para falar sobre o cumprimento da ordem judicial. Ele espera a colaboração e compreensão das famílias, uma vez que a Polícia Militar estará presente para dar apoio ao oficial de justiça.

Ocupações irregulares pelo brasil

Em São Paulo, um terço da população, ou quatro milhões de pessoas, moram em imóveis irregulares, ou seja, sem a escritura. Em grandes cidades do Nordeste e da Amazônia o percentual chega a mais de 70%.

O resultado disso é o que alguns urbanistas, como a ex-relatora da ONU para moradia Raquel Rolnik, chamam de “permanência da transitoriedade” da população pobre. Ou seja, uma massa perambulando no tempo e no espaço atrás de um lugar pra viver. Da favela pra rua, da rua pra ocupação, da ocupação pra favela.

“Quando nós trabalhamos na Ocupação Douglas Rodrigues, na Vila Maria (Zona Norte de São Paulo), que agora inclusive está ameaçada de remoção, tinha gente que já tinha passado por oito remoções. Oito reintegrações na vida. Então é uma vulnerabilidade permanente. É uma absoluta falta de estabilidade. Porque a moradia não é só quatro paredes e um teto. Especialmente para quem tem uma renda muito baixa ela é basicamente um lugar a partir do qual você estabelece uma rede de proteção e sobrevivência”, afirmou Rolnik.

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