Monumento iluminado de São Roque no Morro do Cruzeiro inaugurado em 1946; primeira novena teria ocorrido em 1948 | O Democrata

A Novena no Morro do Cruzeiro abre a programação das Festas de Agosto. Neste ano, começou na sexta-feira (14 de julho) e termina neste sábado (22, às 16h). A imagem do padroeiro está em um dos pontos mais altos da cidade a cerca de 2 quilômetros da Praça da Matriz.

O arquivo do Jornal O Democrata registra que a inauguração do Monumento de São Roque ocorreu em 19 de maio de 1946. Em seu discurso, Clary de Lima cita a iniciativa de Umberta Pesci, o apoio de Manuel Villaça proprietário da área e a participação da Estrada de Ferro Sorocabana, responsável pela iluminação do Monumento de São Roque. O pároco era o Monsenhor Venerando Nalini e o prefeito Bernadino de Lucca.

“São Roque tem a sua imagem plantada nesse morro e agora solenemente inaugurada ao pé da Cruz. A ideia fulgurante e sublime da falecida e sempre lembrada dona Umberta Pesci, coroou-se hoje realidade para elevação do nome de nossa terra, ante a nobreza e espontaniedade na colaboração do dr. Durval Villaça, fazendo a doação do terreno, das autoridades eclesiásticas com a aprovação do emprendimento pelo prefeito Gentil de Oliveira [1944/45], da direção da Estrada de Ferro Sorocabana, no início das obras pelo seu ex-diretor Dr. Ruy da Costa Rodrigues”, estampa O Jornal O Democrata na edição de 1º de junho de 1946.

A imagem foi levada para o Cruzeiro em 1º de dezembro de 1945 em uma iniciativa também destacada no discurso de inauguração. “A grandeza das almas sãs e corações nobres, representadas por homens, mulheres e crianças que transportaram a imagem e deram-nos o espetáculo grandioso do despertar da consciência católica.”

Doada pela comunidade italiana, a escultura ficava ao lado da torre da antiga Igreja da Matriz demolida para a construção da atual entre 1929 e 1954. Até a definição de um local adequado permaneceu guardada na Igreja de São Benedito.

Antes da inauguração do Monumento de São Roque, o local já era conhecido por Morro do Cruzeiro. Para chegar a essa informação mais uma vez contamos com a ajuda de Zé do Nino (José Carlos Dias Bastos, o Guardião das Tradições de São Roque), que no dia 6 de agosto completará 90 anos.

“No Livro do Tombo [registro de acontecimentos históricos] da Igreja Matriz de São Roque, em 7 de novembro de 1909 o vigário José Artur de Moura anotou que após quatro meses de missões [visita de religiosos às cidades para pregar o evangelho] um cruzeiro foi levado em procissão para o alto do pasto de Manuel Villaça”, conta Zé do Nino. A grande cruz de madeira tinha 40 e poucos palmos (cerca de 10 metros de altura).

Quanto a origem da Novena de São Roque no Morro do Cruzeiro, Zé do Nino guarda um bilhete enviado por Ivone Emery Mendes, citando um grupo de jovens que tinha como ponto de partida a venda do Nino (Antonino Dias Bastos, na Avenida Tiradentes esquina com a Rui Barbosa).

“No dia 1º de agosto de 1948, um grupo de moças resolveu subir o Morro de São Roque rezando o terço durante 9 dias oferendo preces ao padroeiro da cidade. Havia apenas um caminho estreito, ladeado de arbustos cheio de ‘carrapato-pólvora” pois lá servia de pasto para vários animais. Talvez essa foi a primeira novena pública ao Morro do Cruzeiro.”

“Desta semente lançada em solo fértil surgiram as demais. Foi o pioneirismo das jovens Iolanda Emery, Maria Luiza Picena (Mony), Ivone Emery, Maria Amélia Victorazzo, Iolanda Bastos, Julieta Pessoa Delgado, Diva Campos de Oliveira e Paula Campos de Oliveira. Algumas destas jovens já estão gozando da glória celeste. Saudades. Só restam boas lembranças.” Deste grupo pioneiro, Iolanda Bastos de Lima,de 94 anos, é a única remanescente.

Vander Luiz

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