Além do uso em projetos de paisagismo, a murta é medicinal, indicada para o tratamento de problemas como cistite, uretrites e corrimentos. Embora seu uso culinário não seja muito difundido, as folhas e os botões da murta fazem parte da culinária mediterrânea, nas receitas da Sardenha e Córsega para saborizar a carne de porco, carneiro e pequenas aves de caça. Em alguns licores e molhos seu sabor é um tempero diferenciado.
Murta e os aromas
Na perfumaria é usado em óleos essenciais conhecida como água dos anjos. Seu plantio requer solo bem drenado e a pleno sol. Pode ser propagada por sementes ou estaquia. As folhas da murta têm ação expectorante e antisséptica no aparelho respiratório. Além disso, está planta pode ser usada na pele e gengivas. A murta (Myrtus communis L.), da família das mirtáceas, é também conhecida por murta-dos-jardins, murteira ou murtinho. Cresce em matas e charnecas, sobretudo no litoral mediterrânico. Trata-se de um arbusto que pode chegar a atingir de três a sete metros de altura, de caule muito ramificado e pequenas folhas persistentes, coriáceas. Na composição desta planta, encontram-se 14 ácidos gordos. Os insaturados, que representam cerca de 73,7% predominam, destacando-se o ácido oleico.
Com cheiro semelhante ao característico da flor de laranjeira, com flores brancas de estames numerosos e compridos, estilete saliente, aroma doce, delicado e apimentado, tem pequenas bagas pretas de sabor adocicado com notas de zimbro e alecrim. A murta foi, durante séculos, um dos condimentos mais utilizados na Europa até ao aparecimento das especiarias orientais, que se tornaram as preferidas nas cozinhas.
Lendas
Existem inúmeras histórias e lendas associadas à murta, muito mencionada na mitologia grega onde era dedicada às deusas Vénus e Afrodite. Querida pelos poetas da antiguidade clássica, coroavam os heróis com murta e também as esposas, como símbolo do amor feliz.
No paisagismo, a murta é uma planta muito utilizada por ser resistente e de fácil cultivo. É uma ótima cerca viva podendo chegar a 7 metros de altura. No exterior, pode e deve plantá-la em lugar seco e abrigado. As regas tem que ser moderada e é preciso protegê-la da geada. As folhas podem ser colhidas durante todo o ano, as flores a partir de abril ou maio e as bagas no outono ou, em alguns casos, na reta final do verão.
Sempre que possível consuma alimentos agroecológicos ou orgânicos, pois são alimentos de origem vegetal ou animal provenientes de sistemas que promovem o uso sustentável dos recursos naturais, produzindo alimentos livres de contaminantes, que protegem a biodiversidade e contribuem para a criação de trabalho e ao mesmo tempo, respeitam e aperfeiçoam os saberes e formas de produção tradicionais.
Silvia Hermida – Escritora e Produtora Rural
Fonte: Reader’s Digest. “O livro completo das Plantas”. Rio de Janeiro, 2009.
