O lápis do Adhemar de Barros “escreveu” essa | O Democrata

As campanhas eleitorais permitiam a distribuição de brindes como bonés e camisetas. A mudança ocorreu na minirreforma eleitoral de 2006 quando também foram proibidos os showmícios e a propaganda em outdoors. No entanto, durante décadas o eleitor se acostumou com os agrados e algumas dessas peças são guardadas com carinho e passam de pai para filho.

É o caso do lápis distribuído por Adhemar de Barros (1901/1969) na campanha presidencial de 1960. Rodolfo Artur Salvetti Filho (Fofo) me deu um de presente sabendo do interesse por coisas antigas. O lápis estampa o rosto do candidato e a mensagem: Adhemar de Barros – O bandeirante da nova geração. O desenvolvimento de São Paulo durante anos esteve vinculado aos bandeirantes, mas neste caso também sugere outra ligação. Adhemar foi dono da Rádio Bandeirante tendo comprado a emissora de Paulo Machado de Carvalho em 1944. No ano seguinte, o comando passou para João Jorge Saad, genro do político.

“Meu pai era do partido de Adhemar, o PSP (Partido Social Proguessista). Adhemar tinha uma grande ligação com São Roque e vinha para a cidade com frequência. Tenho vários desses lápis. Encontrando outras coisas vou passar pra você”, comentou Fofo. O pai dele Rodolfo Salvetti foi um vereador de destaque na Câmara Municipal de São Roque entre as décadas de 1950 e 70.

O antigo brinde de campanha motivou uma busca no centenário arquivo do Jornal o Democrata. Jânio Quadros (PTN) foi eleito presidente do Brasil com 48,26% dos votos. Henrique Lott o segundo colocado (32,94%) e Adhemar o terceiro (18,80%). Jânio ganhou em 16 estados, Lott em 8 e no Distrito Federal e Adhemar apenas em Rondônia. Jânito também venceu em São Roque, Mairinque e Ibiúna, mas com Adhemar de Barros em segundo lugar. Jânio governou por apenas sete meses, renunciando ao cargo de presidente em 25 de agosto de 1961.

E como uma conversa puxa a outra. O vice-prefeito de São Roque, Osmar Henrique Boccato, lembra que o avô Rino Boccato (prefeito em São Roque – 1964/68) também tinha grande ligação com Adhemar de Barros. “A Dona Leonor Mendes de Barros vinha para a festa de São Roque e acompanhava a procissão na redação do Jornal O Democrata. A vó Adelina (1900/1996) deixou na coleção de miniaturas dois bonecos de plástico do Adhemar, mas ela também tinha a famosa ‘vassourinha’ do Jânio. O próprio Adhemar chegou a pedir que ela retirasse o símbolo do adversário”, recorda Maique.

Vander Luiz

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