A Polícia Federal investiga um esquema de fraudes que pode ter causado prejuízos bilionários ao sistema previdenciário brasileiro. No centro da operação “Sem Desconto” está o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, acusado de intermediar pagamentos indevidos a servidores e familiares ligados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Segundo a PF, Antunes movimentou ao menos R$ 53,5 milhões entre 2022 e 2024 por meio de consultorias prestadas a entidades associativas. Relatórios indicam que R$ 9,3 milhões foram repassados a servidores ou pessoas próximas, incluindo familiares dos ex-diretores André Fidelis e Alexandre Guimarães, além do ex-procurador-geral Virgílio Filho.
A esposa de Virgílio, Thaisa Jonasson, recebeu R$ 7,5 milhões de empresas associadas a Antunes e passou a usar um Porsche Taycan transferido por ele. O escritório do filho de Fidelis recebeu R$ 1,5 milhão, enquanto a empresa de Guimarães, que utilizava e-mail corporativo de uma das firmas investigadas, recebeu R$ 313 mil.
As investigações apontam que Antunes atuava como “facilitador” entre associações e o INSS, utilizando 21 empresas — 19 delas abertas a partir de 2022 — para viabilizar os repasses. Quatro dessas empresas estariam diretamente ligadas à movimentação ilícita de recursos.
Até o momento, foram apreendidos cerca de R$ 41 milhões em bens, incluindo 61 veículos e mais de 140 joias. O Ministério Público Federal aponta fortes indícios de corrupção, enriquecimento ilícito e organização criminosa.
A defesa de Antunes nega as acusações e afirma que provará sua inocência. Já os demais citados não apresentaram defesa formal ou disseram não ter acesso ao processo.
Com informações da InfoMoney.