Uma operação conjunta da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de São Paulo foi deflagrada na manhã desta terça-feira (25) para combater um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação aponta que a facção utilizava duas fintechs para movimentar recursos ilícitos.

Prisão e alvos da operação

Durante a Operação Hydra, foi preso o policial civil Cyllas Elia Junior, que se apresenta como CEO da 2GO Bank, uma das fintechs investigadas. A outra empresa envolvida é a InvBank. Em 2024, Elia Junior já havia sido detido por suspeita de envolvimento em um esquema similar ligado a criminosos chineses.

Os agentes cumpriram 10 mandados de busca e apreensão nas sedes das fintechs e em residências de seis pessoas ligadas ao esquema. Também foi decretada a prisão do dono de uma das empresas. As ações ocorreram em São Paulo, Santo André e São Bernardo do Campo.

Bloqueio de contas e impacto financeiro

A Justiça determinou o bloqueio de valores em oito contas bancárias e a suspensão temporária das atividades das fintechs investigadas. Estima-se que as empresas tenham movimentado cerca de R$ 30 milhões por meio de mecanismos sofisticados para ocultar a origem e os beneficiários dos recursos.

Segundo as investigações, os valores eram transferidos para contas de “laranjas”, que estavam sob total controle da organização criminosa. O objetivo era mascarar transações financeiras relacionadas ao tráfico de drogas e outras atividades ilícitas.

Desdobramento de investigação anterior

A Operação Hydra é um desdobramento da delação de Vinícius Gritzbach, assassinado no Aeroporto de Guarulhos em novembro de 2024. O empresário revelou informações sobre o funcionamento do esquema de lavagem de dinheiro antes de ser morto.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que Cyllas Elia Junior havia sido afastado de suas funções na Polícia Civil desde dezembro de 2022. A Corregedoria da corporação acompanha a operação para colaborar com as investigações.