Há cem anos (1924), quase não havia anúncios com ofertas de Natal. Eram mais comuns crônicas, programações religiosas e bailes promovidos pelos clubes. No entanto, a Padaria Guarany (hoje, Padaria Martinelli) destacava “variedades para o Natal”, com a venda de castanhas, maçãs, figos secos, grande sortimento de doces de forno, variados e finíssimos licores nacionais e estrangeiros, vinho, cerveja, guaraná e refrescos em profusão. A Padaria Guarany passou por vários donos, mas há um século (14 de dezembro de 1924) era de Elias Asche, e a Praça da Matriz chamava-se Washington Luís.
O Democrata sempre recebeu presentes dos leitores: cestas de uva, pêssego, verduras e, claro, vinhos são-roquenses. A edição de 27 de dezembro de 1958 registra, com votos de boas festas, o recebimento dos insuperáveis e famosos vinhos. Aqui, algumas das adegas que não existem mais: Olavo Capuzzo, em um rico estojo com 6 litros de Vinhos Capuzzo; um garrafão do vinho tinto São Cipriano, da Quinta Nossa Senhora de Fátima, dos herdeiros do saudoso vinhateiro Cipriano Augusto; um garrafão do Vinho Assumpção, do senhor Heito Assumpção; seis litros de jeropiga e seis litros do Vinho Sanroquense, de José da Costa; a mesma quantidade da adega Nova Bairrada, fundada por Manoel Baptista, dos senhores Perino e Costa; de Mairinque, o vinho tinto “Quinta de São Roque”, de Alberto Cocozza.
O Bio’s Bar Restaurante, que marcou época na rua Sete de Setembro, número 12, cumprimentava os fregueses e lembrava que servia aperitivos, refeições comerciais, chope e pizzas. Criado pelo comerciante, bancário e locutor esportivo Vicente Mendes de Moraes (Bio), neste período era de propriedade dos irmãos Freitas.
Em 1964, O Democrata noticiava os festejos natalinos nos dois parques infantis da cidade. No Jardim Bandeirantes, o “Chapéuzinho Vermelho” (hoje, EMEI “Ivonne Tagliassachi Godinho”) comemorava o primeiro ano de atividade, “tendo as suas professoras Helenice Lima Franco e Cleide A. Camargo organizado belíssimo programa, com cânticos, recitativos e bailados executados pelos pequenos alunos”. O prefeito Heitor Boccato (1964/1968) marcou presença e convidou a professora Ivanir Brossa para apagar a velinha no Parabéns a Você. No Parque Infantil do Jardim Público (Praça da República), as professoras Ruth Emery de Souza e Nícia de Oliveira Bastos organizaram uma encantadora festa natalina.
A edição de 21 de dezembro de 1974 apresenta mensagens de boas festas de várias empresas. O Bar Lobo e Lobinho (Avenida Brasil, 33, quase na esquina com a Avenida Três de Maio) tinha o nome inspirado em personagens de Walt Disney. Lobinho era amigo dos Três Porquinhos, enquanto o pai Lobão fazia de tudo para devorar Cícero, Heitor e Prático. Nos anos 80, no mesmo local, funcionou o Cantinho Sertanejo, de Tião Campeiro, com apresentações de duplas sertanejas e transmissão pela Rádio Universal. Toda a esquina foi demolida, e hoje pertence ao Colégio Objetivo.
Ainda há 50 anos, os churrascos de confraternização das indústrias. A Peterco e a Pedreira Walter reuniram os funcionários e convidaram a direção de O Democrata. A Jurid S/A fez o encontro de número 7 na aprazível paisagem do Seminário do Ibaté. O Comissariado de Menores, por meio do comissário Ismail Baccar, reuniu os meninos engraxates no Rotary Clube e, com o apoio da indústria, comércio e clubes de serviço, ofereceu calçados e meias (Rotary Club), tecidos e a confecção de macacões (Lions Clube), caixas de engraxate e cadeados (São Luiz Materiais de Construção), impressos (O Democrata), cortes de tecido e crachás (Carambeí) e camisas (Zito Garcia).
O Doutor Miguel (Miguel Biscaim Pereira), presença marcante em todos os eventos da cidade, também aparecia nas páginas de O Democrata. Assinava como “Fifi” e desejava um Feliz 1985!
Vander Luiz
