Nesta quinta-feira (3), o presidente russo Vladimir Putin disse a Donald Trump que a Rússia não abrirá mão de seus objetivos na Ucrânia, apesar de se mostrar aberta a negociações. A conversa, que durou cerca de uma hora, ocorreu no mesmo dia em que os EUA anunciaram a suspensão parcial do envio de armas a Kiev — decisão que levanta preocupações sobre o enfraquecimento da resistência ucraniana.
Já nesta sexta-feira (4), a Rússia lançou o maior bombardeio desde o início da guerra, segundo autoridades ucranianas. Foram 539 drones e 11 mísseis disparados, deixando ao menos 23 feridos e causando destruição em seis distritos da capital Kiev. O ataque intensificou a tensão no momento em que o apoio militar ocidental à Ucrânia dá sinais de retração.
Durante a ligação, Putin reafirmou que a Rússia busca uma solução política, mas impôs exigências consideradas inaceitáveis por Kiev — como a cessão de quatro regiões ocupadas, além da Crimeia, e a desistência da adesão à Otan. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusou Moscou de continuar apostando no terror e declarou que só uma pressão internacional intensa pode forçar a Rússia a recuar.
O telefonema, marcado por um tom mais sombrio por parte de Trump, rompeu com o otimismo das conversas anteriores. A escalada militar russa logo após o diálogo levanta dúvidas sobre a real disposição do Kremlin para negociar e amplia os temores de uma nova fase crítica na guerra.
Com informações do g1 e Carta Capital.