Meu nome é Mariana tenho 28 anos e sou PC (paralisia cerebral) estarei aqui com vocês para dividir um pouco o que é a inclusão. Com certeza todos já ouviram falar sobre inclusão de pessoas com deficiência. Mas será que todos sabem o que é e como agir? Para começar, um pouco da minha história, sou filha da inclusão. Está certo que dos 5 aos 10 anos estive em uma instituição “especial” que por sinal me fez muito bem, pois na época seria até cruel colocar uma criança de 5 anos em uma instituição de ensino regular! Afinal no Brasil as pessoas com deficiência só ganharam nomenclatura “pessoas com deficiência” em 1980, pois antes era só “deficiente”.

Então em 1994 que começa a minha vida escolar. Ainda éramos apenas um objeto de decoração e a palavra inclusão dava medo. Com 10 anos eu e meus pais nos vimos frente a uma grande decisão: ou eu seria incluída em escola regular para crescer e me tornar alguém perante a sociedade e com isso correr riscos de adquirir algumas feridas e pegá-las para formar a pessoa que sou hoje, e a outra opção era continuar naquela redoma de vidro que era a escola especial onde nunca iria me machucar, mas iria ser sempre a deficiente para sociedade. Fizemos a melhor das opções e fui incluída. É sobre isso que quero falar com vocês.

Não podemos dizer que é fácil incluir. Toda inclusão vem com algumas dores, porém são dores que curam e nos fazem crescer. Eu não me arrependo de nenhuma dor que passei, eu podia ter evitado muitas delas, mas não teria vivido.
Quando falamos de inclusão, estamos falando de risadas, mas também de lágrimas, e também estamos falando de amizade e preconceito.

Mas no final incluir é uma missão difícil, porém prazerosa, não só para pessoa que está sendo incluída, mas para os dois lados.

Vamos aprender juntos, há de se ver que existe mais igualdade nas diferenças do que podemos imaginar. E como é bom incluir.