Esta semana a discussão na cidade ficou por conta da instalação de radares fotográficos em algumas das principais avenidas de São Roque. É óbvio que ninguém é a favor de mais mortes no trânsito e não há necessidade nenhuma de se criar uma ONG para tratar desse assunto. O problema todo, na realidade, não está na questão da “indústria da multa”, até porque ninguém sabe onde serão instalados, como será a sinalização e qual será o limite de velocidade apurado pelos aparelhos.
Por que então a revolta? Porque passado um ano da nova gestão, praticamente nada mudou em relação à mobilidade urbana. Foram dez meses sofrendo com a adaptação ao novo sistema de Zona Azul e ao ajuste de conduta da empresa que controla o transporte coletivo e, quando finalmente veio uma boa notícia, a reabertura da Marginal, o tema volta a ser debatido devido à instalação “às escuras” de radares no centro da cidade.
O cenário piora um pouco mais quando se observa relatos de fatalidades quase que semanais nas rodovias da cidade e o plano para evitar acidentes não contempla essas regiões. Bastava ter avisado antes, consultar quais são os pontos mais críticos da cidade. Trocar os obstáculos físicos pela solução eletrônica. Mas a verdade é que arbitrariamente tomam-se atitudes que depois “tentam” justificar com números imprecisos.
Neste momento, acende-se um sinal amarelo e é fortuito diminuir a velocidade para repensar algumas atitudes. De repente, entender se tudo está mesmo indo pelo caminho certo. Todos querem chegar ao bem comum, preservar vidas. Só não é possível que para se chegar ao mesmo lugar existam caminhos tão dissonantes.