Tapete de Rua na procissão de São Roque começou em 1975 | O Democrata

Na procissão de São Roque, a imagem do padroeiro não é apenas carregada por um grupo de pessoas. Flutua pelas ruas centrais da cidade em um espetáculo de fé que fica ainda mais bonito quando a multidão passa pelos tapetes de serragem com desenhos geométricos e inspirações e frases religiosas. A tradição dos tapetes de rua está próxima de completar 50 anos.

Tudo começou em 1975 com Vasco Barioni, proprietário do Cine Teatro São Roque, a partir de informações passadas pelo filho José Roque. “O meu tio comentou sobre os tapetes da procissão de Corpus Christi de Matão (SP), que o meu avô teria que conhecer e que ele iria querer fazer”, conta Sissi Bembom, chefe da Divisão de Cultura de São Roque.

Não deu outra. Vasco reuniu a família e fez uma imagem de São Roque em frente ao cinema como relatou o Jornal o Democrata de 23 de agosto de 1975 no balanço das Festas de Agosto. O Arquivo Vivo do Jornal O Democrata registra nesta semana as primeiras notícias dos tapetes de rua e como é feito atualmente o tingimento de mais de duas toneladas de serragem.

Pintar as casas e enfeitar janelas e fachadas já era uma marca da procissão de São Roque, mas rapidamente os tapetes de serragem foram se espalhando. “As minhas sobrinhas trouxeram serragem tingida da casa do Vasco e fizemos um pequeno tapete. Depois o Lucindo Lima também passou a enfeitar a rua Marechal Deodoro e virou uma tradição”, comenta Zé do Nino.

Tingimento da serragem

Outros objetos foram utilizados ao longo do anos no complemento da decoração, como papel colorido e tampinha de bebidas, mas a serragem tingida é a base e o colorido do espetáculo. “Em 1986, o Orlando de Castro era o festeiro e ficou preocupado quando viu que eu passava por dificuldades para tingir a serragem que era distribuída para todos os coordenadores das ruas. Imediatamente foi até a propriedade dele no Rio Acima e voltou com um grupo de camaradas. Quase quarenta anos depois, o Orlando faleceu mas a Prefeitura de São Roque cede a condução e os funcionários dele continuam fazendo o serviço”, explica Zé do Nino, que abre as portas da sua casa para mais uma atividade destinada à cultura de São Roque.

É um trabalho que leva vários dias e a técnica virou uma tradição familiar. “O meu marido Adelso Thiago começou em 1986 e acredito ficou até 2015. Quando eu comecei eu tinha 32 anos, teve um período que não participei e depois voltei”, diz Maria Aparecida Rodrigues da Silva Thiago. O sobrinho Éder Carlos participa há 25 anos, mas também existe uma nova geração com alguns jovens que estão trabalhando pela primeira vez.

Vander Luiz

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